Artur do Val
Reprodução/O Globo
Artur do Val

Na manhã desta quarta-feira, durante sessão que avalia as possíveis punições para Arthur do Val (sem partido) na Câmara, o deputado e seus aliados apostaram no precedente do caso de outro deputado que apalpou uma colega —e recebeu pena de suspensão— para tentar livrá-lo da cassação na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).

Arthur do Val faz menção ao caso do deputado estadual Fernando Cury (sem partido), que assediou Isa Penna (PSOL) no plenário da Assembleia. Cury ficou suspenso por seis meses, com seu mandato sobrevivendo aos pedidos pela cassação.

A sessão para decidir o destino do mandato do deputado, conhecido como Mamãe Falei, acontece após a repercussão de áudios em que diz, entre outras coisas, que as ucranianas "são fáceis, porque são pobres".

Segundo o deputado e seus aliados, a comparação com o caso de Cury visa exemplificar que as penalidades sobre Arthur por conta dos áudios vazados são desproporcionais e exageradas.

Na tentativa de convencer os parlamentares presentes, Arthur do Val também prometeu que não irá se candidatar à reeleição na Casa. Apesar de concordar com uma punição, o deputado diz que a cassação é uma punição exagerada.

A tendência é que os argumentos não convençam o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Alesp, que julgará o caso antes de levá-lo a plenário. Tanto a opinião pública quanto o bom relacionamento de Cury com a Casa colocam a comparação de Arthur do Val numa posição negativa.

Em entrevista à Folha, o deputado Barros Munhoz (PSB) diz que concorda com a renúncia de Arthur. "Se não vai mais ser candidato, deveria renunciar ao mandato já" , diz ele. " Não tem como se justificar. Não adianta ficar comparando com outros exemplos que tiveram uma pena menor. Ele vai receber uma punição do tamanho ou proporcionalidade do fato que cometeu" , completa.

Já o deputado Delegado Olim (PP) acredita que o caso necessita de mais análises, mas que não há como não associar o peso da opinião pública acaba num caso como o de Arthur do Val. De acordo com o parlamentar, isso se dá pelo fato de se tratar de uma situação de guerra. "Isso mexeu com o Brasil, deixou todo mundo revoltado" , diz ele, acrescentando que o comportamento do deputado não o ajuda dentro da Casa.

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