Em seminário promovido pelo PT nesta segunda-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a relação do governo Jair Bolsonaro com o Congresso e a elaboração do chamado orçamento secreto. Em discurso por videoconferência, o petista disse que Bolsonaro era “subserviente” aos interesses dos parlamentares.
Em 2022, os congressistas terão cerca de R$ 16 bilhões para gastar com emendas de relator, instrumento turbinado nos últimos anos. Essas emendas, que formaram o orçamento secreto, chegaram a ser barradas pelo Supremo Tribunal Federal por falta de transparência.
O expediente serviu para angariar apoio da base e garantir o envio de recursos às bases eleitorais. Sem critérios claros e objetivos, as emendas foram usadas como moeda política.
"Nunca vimos, desde a proclamação da República, um presidente tão subserviente, tão submisso aos partidos que lhe sustentam. Nem o Orçamento da União ele faz. Quem faz é a Comissão de Orçamento da Câmara, e o relator tem um poder maior que o ministro da Economia porque decide o que vai ser gasto pelo Executivo e qual é a quantia que vai ser gasta pelo Congresso Nacional", disse Lula.
O ex-presidente também tratou da falta de transparência.
"Criaram o orçamento secreto que é tão secreto que não podemos nem saber o nome de quem recebe uma emenda. Não pode ser coisa boa porque, se fosse, não seria secreto", completou.
O seminário “Resistência, Travessia e Esperança" também contou com a presença da ex-presidente Dilma Rousseff. Assim como Lula, ela ressaltou a importância de o partido focar na eleição de deputados e senadores para que haja sustentação a um possível governo do PT.