A tentativa de viabilizar candidaturas ao Planalto contra o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) levou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) a firmarem um pacto de não agressão pelos próximos meses — o acordo foi celebrado em encontro na quarta-feira (08), em São Paulo.
Embora estejam com diálogo aberto, a meta de unificar a terceira via em torno de um nome competitivo nas eleições do ano que vem enfrenta dois obstáculos: ambos, neste momento, não abrem mão de encabeçar a chapa presidencial, e Ciro Gomes (PDT), outro pré-candidato, vem subindo o tom das críticas a Doria e Moro.
O governador e o ex-magistrado combinaram uma nova conversa para a segunda quinzena de janeiro. Os dois acreditam que o cenário estará mais claro entre março e abril, período em que decisões serão tomadas por outros partidos,como o PSD, que abriga o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG); o União Brasil, do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta; o MDB,da senadora Simone Tebet (MS); e o Cidadania, do senador Alessandro Vieira (SE).
As quatro siglas já sinalizaram que podem lançar nomes ao Planalto, o que dificulta ainda mais a formação de uma terceira via. No encontro, Doria afirmou que a terceira via frequentará o "campo do centro democrático liberal, que é este centro que fará a defesa do Brasil e dos brasileiros e distante dos extremismos de Lula e Bolsonaro", disse Doria nesta semana.
Mor, por sua vez, declarou que "é preciso construir para o Brasil um projeto equilibrado, olhando para o futuro, para o resgate da esperança dos brasileiros e brasileiras".