Ricardo Barros na CPI da Covid
Divulgação/Agência Senado/Jefferson Rudy
Ricardo Barros na CPI da Covid

A defesa do líder do governo na Câmara, deputado  Ricardo Barros (PP-PR), disse, em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que ele é vítima de revanchismo na CPI da Covid e pediu novamente que a Corte suspenda as  quebras de sigilo aprovadas pela comissão.

Na quinta-feira, a CPI estendeu a quebra do sigilo fiscal de Barros até 2016, o que vai abranger todo o período em que ele foi ele foi ministro da Saúde durante o governo do ex-presidente Michel Temer (2016 a 2018). Para a defesa do deputado, a CPI, de maioria oposicionista, adotou "providências absolutamente ilegais e completamente impertinentes"

A CPI suspeita da participação de Barros em irregularidades na compra de vacinas. Em 3 de agosto, a CPI já tinha determinado a quebra do sigilo fiscal a partir de 2018, e dos sigilos telefônico, telemático (de dados) e bancário a partir de abril de 2020. Em 12 de agosto, Barrros começou a prestar depoimento na CPI, mas a sessão foi suspensa após ele dizer que a comissão estava atrapalhando o Brasil a adquirir vacinas e porque os senadores avaliaram que o deputado estava mentindo.

"Trata-se, à toda evidência, de conduta imbuída de lamentável revanchismo em relação ao Impetrante, o que se tem visto de modo acentuado desde que os Senadores decidiram interromper o depoimento do Impetrante do último dia 12/08/20213 após este demonstrar, com apoio em farta documentação idônea, fatos discrepantes da narrativa que vinha sendo adotada por alguns dos senadores integrantes da CPI", diz trecho do documento da defesa de Barros.

Em seguida, conclui: "Em outras palavras, a partir do momento em que o Impetrante demonstrou documentalmente as mentiras da narrativa que estava sendo conduzida e produzida pelos Senadores, estes passaram a adotar providências absolutamente ilegais e completamente impertinentes em face de Ricardo Barros."

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A defesa também argumenta que "é mais do que evidente que dados anteriores à pandemia, que teve início em nosso país em fevereiro de 2020 são absolutamente impertinentes ao objeto da CPI em questão".

A CPI está de olho na relação de Barros com a Precisa, empresa que representou no Brasil a Covaxin, vacina desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech. Foi o imunizante mais caro a ter contrato fechado com o Ministério da Saúde, ao custo de 15 dólares a dose. O negócio acabou suspenso pela pasta após o caso ter entrado no radar da CPI.

Quando Barros foi ministro no governo Temer, o Ministério da Saúde firmou negócio com a empresa Global, que recebeu pagamento adiantado, mas não forneceu os medicamentos que deveria. Em razão disso, ele tem um processo por improbidade administrativa na Justiça Federal. A Global é sócia da Precisa.

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