A defesa do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), classificou como "totalmente descolada da realidade" a acusação de que ele tenha recebido propina de até R$ 39 milhões. A imputação, feita pela força-tarefa da Operação Lava Jato, motivou a prisão do emedebista, efetivada na semana passada .
Os advogados que representam Luiz Fernando Pezão asseguram que, "ao longo de seus 36 anos de vida pública", o político "jamais cometeu qualquer ato ilícito e sempre esteve à disposição das autoridades públicas para prestar quaisquer esclarecimentos".
Em nota, o escritório Mirza & Malan Advogados chega a citar trecho do despacho do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Felix Fischer, responsável por autorizar o pedido de prisão preventiva, para defender que não há provas contra o emedebista.
"A acusação de que o governador teria recebido propina de R$ 39 milhões é totalmente descolada da realidade, sendo certo que o próprio decreto prisional do ministro Felix Fischer reconhece a sua 'destinação até hoje é totalmente ignorada", diz a defesa, acrescentando que Pezão já foi alvo de outras investigações que acabaram arquivadas por falta de provas.
O pedido de prisão preventiva do governador fluminense foi agilizado pela Polícia Federal , com a anuência da Procuradoria-Geral da República (PGR), apesar de os investigadores ainda desconhecerem o paradeiro da suposta propina que ele teria recebido.
É visando descobrir onde está esse dinheiro que os responsáveis pelas investigações da Lava Jato devem se debruçar nesta semana sobre os documentos apreendidos no dia em que Pezão foi preso.
O governador, segundo alega o Ministério Público Federal (MPF), é citado em planilhas de contabilidade de propina sob os codinomes 'Pé', 'Pé-grande', 'Big Foot' e 'Pezonne' . Ele teria recebido, por meio da atuação de um assessor, valores entre R$ 50 mil e R$ 3 milhões no período de 2007 a 2015.
A defesa de Luiz Fernando Pezão
informou que "todas as providências legais cabíveis estão sendo efetivadas" para reverter a prisão do governador, que se encontra em sala de Estado Maior no Batalhão da Polícia Militar em Niterói (RJ)
. A expectativa é de que os advogados apresentem pedido de habeas juntoa ao Supremo Tribunal Federal (STF) ainda nesta semana.
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