Neste domingo (22), acontece o primeiro turno das eleições presidenciais na Argentina. Ao menos 35 milhões de eleitores estão aptos a votar no pleito e escolher o sucessor de Alberto Fernández, que está no poder desde 2019. Os principais candidatos são:
- Javier Milei, economista e deputado federal de extrema-direita, do Liberdade Avança
- Patricia Bullrich, ex-ministra e candidata da aliança opositora Juntos pela Mudança;
- Sergio Massa, ministro da Economia e peronista do União pela Pátria.
Além do próximo presidente, os argentinos vão escolher os novos 130 deputados, 24 senadores e os governadores de Buenos Aires e Entre Rios.
As campanhas para o pleito foram finalizadas na última quarta-feira (18) no país.
As primárias foram realizadas em agosto, quando os eleitores escolheram em qual das coligações querem votar — ação que é vista como uma indicação de preferência do eleitorado. Na ocasião, Milei ficou à frente:
- Javier Milei, deputado federal de extrema-direita: 29,86%;
- Coligação de Patricia Bullrich, ex-ministra de Segurança de Macri: 28%;
- Frente política de Sergio Massa, ministro da Economia: 27,27%.
As primárias sempre são realizadas na Argentina e são obrigatórias a todas as coligações, mesmo que haja apenas um pré-candidato, como o que aconteceu com Milei, que não disputou as prévias com nenhum outro político de seu partido. Bullrich e Massa, por outro lado, tiveram adversários.
Este ano, as eleições estão marcadas por incertezas, já que, e specula-se sobre as chances de Milei vencer ainda no primeiro turno ou, caso não vença, quem disputará o segundo turno — previsto para 19 de novembro — com ele.
Nas províncias do interior do país, Milei tem apresentado popularidade. Já Massa e Bullrich, tentam reduzir a abstenção de 30% registrada nas primárias para garantir uma vaga no segundo turno.
Uma semana antes do segundo turno, caso seja necessária, está marcado mais um debate presidencial, no dia 12 de novembro. O presidente que for eleito toma posse já no mês seguinte, em 10 de dezembro.
Polêmicas envolvendo Milei
Apesar de apresentar bons resultados nas pesquisas, Milei é cercado de falas polêmicas. O economista se declara anarcocapitalista e promete fazer da Argentina — que lida com uma grave crise econômica em meio a desvalorização do peso e alta taxa de juros — a "principal potência mundial em 35 anos".
Em debate televisivo do último dia 2, o candidato minimizou o número de desaparecidos durante a ditadura militar no país e disse que foi menor do que o divulgado, afirmando que há "uma visão torta da história".
Com apoio declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Milei já fez críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dizendo que o petista atua "contra ele" e chamou o mandatário brasileiro de "socialista com vocação totalitária".
Além disso, Milei já fez ataques ao Papa Francisco, chamando o pontífice de "representante do maligno" e "imbecil", dizendo que ele apoia "comunistas assassinos" e "ditaduras sangrentas".