Mahsa Amini, de 22 anos, foi detida por não usar o hijab, véu usado por mulheres islâmicas para cobrir a cabeça
Reprodução: Redes Sociais
Mahsa Amini, de 22 anos, foi detida por não usar o hijab, véu usado por mulheres islâmicas para cobrir a cabeça

Amiad Amini, pai de Mahsa Amini , mulher de 22 anos que morreu sob custódia da polícia do Irã , acusou nesta quinta-feira (22) as autoridades de mentirem sobre o caso. Oficiais afirmaram que Mahsa não foi maltratada, mas sofreu “insuficiência cardíaca súbita” enquanto estava sob custódia e chamaram a morte dela de “incidente infeliz”. Em entrevista à rede BBC, Amiad disse, no entanto, que soube por testemunhas que a filha havia sido espancada e teve suas roupas arrancadas.

A jovem foi detida na semana passada por uma espécie de “polícia dos bons costumes” por supostamente violar as regras ao não usar o hijab, o tradicional véu usado por mulheres islâmicas para cobrir a cabeça. Ela morreu na sexta (16), depois de passar três dias em coma. O irmão dela, Kiarash, estava com ela no momento da detenção.

"Meu filho implorou para que não a levassem, mas ele também foi espancado, suas roupas foram arrancadas. Pedi a eles que me mostrassem as câmeras corporais dos seguranças, eles me disseram que as câmeras estavam sem bateria", afirmou Amiad.

O pai contou ainda que foi impedido pela equipe médica de ver o corpo de Mahsa após sua morte, bem como o relatório da autópsia da filha. "Eles não me deixaram entrar", disse. 

Desde a morte de Mahsa, protestos têm tomado as ruas do país em pelo menos 50 cidades e vilas. Nesta quinta, mulheres queimaram hijabs em praças públicas e cortaram o próprio cabelo em revolta pela morte da jovem. Manifestantes na capital Teerã e outras cidades também incendiaram delegacias de polícia e carros.

As manifestações estão sendo repreendidas pelas forças de segurança, que usam gás lacrimogêneo para dispersar os militantes e efetuam prisões. Até o momento, 31 pessoas morreram em razão desses confrontos, segundo a ONG Direitos Humanos do Irã. Números oficiais falam em 17 mortos.

Para sufocar os protestos, o regime reduziu a conexão à internet e bloqueou o acesso a redes sociais como WhatsApp e Instagram . De acordo com a agência de notícias Fars, o objetivo seria controlar "ações de contrarrevolucionários contra a segurança nacional na internet".

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