
Em evidência desde que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia começou, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) tem como principal atribuição manter a paz e a segurança a nível internacional. Mas o grupo criado em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, não tem tido êxito.
"O conselho está defasado pois foi concebido há muitas décadas", critica o embaixador Cesário Melantonio Neto, colunista do iG.
Ela afirma que o Brasil
tem buscado rever a composição obsoleta do grupo, mas as grandes potências "não têm interesse em uma revisão do sistema internacional". "Querem o congelamento da situação que lhes interessa, mas não [interessa] às potências médias, como o Brasil", acrescenta.

Enquanto isso, além do conflito russo-ucraniano deflagrado em fevereiro, o mundo registra confrontos armados no Iêmen, na Etiópia, na Síria e em outros diversos países.
Diante desse cenário, a efetividade do conselho tem sido questionada. Composto por 15 países, o colegiado tem a Rússia entre seus membros permanentes e, com isso, a primeira resolução que condenava a invasão na Ucrânia foi barrada - o embaixador russo usou o poder de veto
concedido às nações com assento fixo para impedir a publicação do texto.
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Ao todo, são cinco os membros permanentes do grupo. Além de Rússia e Estados Unidos, França, China e Reino Unido compõem o quadro. Já os 10 não-permanentes atualmente são: Albania, Gabão, Gana, Índia, Irlanda, Quênia, México, Noruega, Emirados Árabes Unidos e Brasil, cujo mandato de dois anos se encerra em 2023.
"A entrada nossa, com Índia, Alemanha e Japão como membros permanentes do conselho, daria uma renovação necessária no atual sistema esclerosado. Vamos ter de continuar a lutar com afinco por uma inclusão como membro permanente. Esse processo perdeu ritmo ultimamente, mas devemos retomar com maior empenho essa pretensão", defende Melantonio Neto.
A Carta das Nações Unidas estabelece que a escolha dos membros temporários deve considerar a contribuição de tais países para a manutenção da paz e da segurança, bem como uma distribuição geográfica equitativa. A composição atual, por exemplo, conta com representantes da Europa, África, Ásia e Américas.
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