Boris Johnson é chamado de
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Boris Johnson é chamado de "Trump britânico" por seu estilo populista

Boris Johnson  foi eleito na última terça-feira (23) para o cargo de primeiro-ministro do Reino Unido. Membro do Partido Conservador – o mesmo de seus antecessores Theresa May e David Cameron –, Johnson é conhecido por suas polêmicas e é um político muito popular.

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Nascido nos Estados Unidos, mais especificamente em Nova York, em 1964, Boris Johnson se mudou para a Inglaterra aos cinco anos. Ele estudou nas principais instituições de ensino da Inglaterra, incluindo o colégio Eton, onde também estudaram os príncipes William e Harry, e a Universidade de Oxford.

Foi jornalista, entre outros, do jornal britânico The Times , e atuou como correspondente em Bruxelas do Daily Telegraph . Johnson foi um profissional polêmico e acumula pedidos de desculpas por ter escrito artigos no mínimo controversos. Ele se enveredou para a política em 2001, quando se tornou congressista.

Ao assumir ele era considerado mais liberal do que muitos de seus colegas do partido Conservador , defendendo pautas como a união homoafetiva. Com o tempo, no entanto, Boris foi assumindo posições cada vez mais à direita, com discursos anti-imigração, por exemplo.

Johnson é muito conhecido por sua atuação como prefeito de Londres, função que exerceu entre 2008 e 2016. No entanto, sua imagem é ainda mais fortemente marcada por seu jeito desajeitado, sua capacidade de se colocar em situações que poderiam ser consideradas ridículas e arrancar risadas, uma lista de gafes cometidas e constantes contradições que constroem uma personalidade quase caricata, mas que desperta simpatia e agrada muita gente.

Pouco antes do fim de seu segundo mandato como prefeito ele resolveu voltar para o Congresso e, em 2016, foi eleito pela terceira vez para o Parlamento britânico. Nessa época, Theresa May acabara de assumir como primeira-ministra e o nomeou secretário de Relações Exteriores. Ele permaneceu na função por dois anos até se demitir por discordar da visão da primeira-ministra sobre o Brexit.

Johnson é frequentemente comparado a Donald Trump, não só pelas características físicas, mas também pelo populismo e por alguns de seus posicionamentos, como a defesa do nacionalismo. Boris Johnson é inclusive chamado de “Trump britânico” ou “Trump do Reino Unido”, apesar de se distanciar completamente do norte-americano em questões como meio ambiente e defesa da igualdade de gênero.

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Se o apelido for indicativo de sua atuação como primeiro-ministro, o Brasil pode esperar uma relação próspera. O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, além de ter uma boa relação com o mandatário norte-americano, é também apelidado de “Trump dos trópicos”. 

Bolsonaro foi enfático ao parabenizar Boris Johnson pela eleição. “Conte com o Brasil na busca por livre comércio, na promoção da prosperidade para nossos povos, e na defesa da liberdade e da democracia”, escreveu o brasileiro em seu Twitter.

Com a saída do Reino Unido da União Europeia, Boris Johnson pode precisar firmar novos acordos econômicos, abrindo-se aí uma possibilidade para o Brasil.

Boris Johnson é uma das vozes mais ativas na defesa do Brexit
Reprodução/Twitter
Boris Johnson é uma das vozes mais ativas na defesa do Brexit


Brexit

O primeiro e principal assunto que o novo primeiro-ministro terá que lidar será o Brexit. A saída do Reino Unido da União Europeia já se arrasta há três anos, com sucessivos acordos sendo rejeitados pelo Parlamento britânico e extensões de prazo sendo concedidas pela UE.

Johnson é um ferrenho defensor da saída, sendo uma das principais vozes sobre o assunto desde 2016. Em função dessa atuação, ele já havia sido considerado para o cargo de primeiro-ministro quando David Cameron renunciou após o referendo. Ele desistiu da candidatura quando seu chefe de campanha resolveu entrar na disputa. Theresa May acabou sendo escolhida. 

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Ela viu seus esforços para construir um acordo caírem por terra. Após o fracasso de May, Boris Johnson voltou novamente aos holofotes e, agora no comando, já prometeu que o Brexit acontecerá até o dia 31 de outubro mesmo sem acordo. “O Brexit foi uma decisão fundamental do povo britânico e é preciso respeitá-la, com ou sem acordo. Não há senões aceitáveis”, disse em seu discurso de posse.

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