Nesta quarta-feira (2), o governo da Alemanha disse estar pronto para retomar sua ajuda financeira ao Fundo Amazônia , para proteger a floresta do desmatamento . O país é o segundo maior financiador do programa e segue os passos da Noruega, que anunciou o mesmo na última segunda (31) , um dia após a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições 2022 .
"Em princípio, estamos prontos para liberar os fundos congelados para o fundo de preservação da floresta amazônica", afirmou um porta-voz do Ministério do Desenvolvimento e Cooperação alemão em uma entrevista coletiva. "Vamos agora discutir detalhes com a equipe de transição. No governo alemão, há uma grande vontade de estender a mão rapidamente."
O maior doador do Fundo Amazônia era a Noruega , responsável por 93,8% das verbas. Entre 2008 e 2018, o país destinou US$ 1,2 bilhão para o Brasil prevenir, monitorar e combater a devastação na floresta .
O segundo era a Alemanha , que contribuía com 5,7% do total, e também havia cessado os repasses. A Petrobras aparecia em terceiro lugar, contribuindo com 0,5%.
Atualmente, a iniciativa tem R$ 2,5 bilhões em recursos (US$ 482 milhões) que estão congelados desde 2019, quando o então ministro do Meio Ambiente do governo do atual presidente Jair Bolsonaro, Ricardo Salles, extinguiu os comitês gestores sem consultar os países que financiavam o programa .
Na última semana, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram que o governo reativa o fundo de preservação e desenvolvimento sustentável em até 60 dias.
Noruega
Na segunda-feira, o ministro norueguês do Meio Ambiente, Espen Barth Eide, anunciou que pretende retomar o investimento contra o desmatamento da Floresta Amazônica no Brasil.
"Em relação a Lula, nós observamos que durante a campanha ele enfatizou a preservação da floresta amazônica e a proteção dos povos indígenas da Amazônia", disse o ministro. "Por isso estamos ansiosos para entrar em contato com suas equipes, o mais rápido possível, para preparar a retomada da colaboração historicamente positiva entre Brasil e Noruega."
O governo Bolsonaro foi marcado pelo aumento do desmatamento na Amazônia em 70%, um índice "escandaloso" nas palavras de Barth Eide. O norueguês disse que seu país entrou em um "confronto frontal" com Bolsonaro sobre a questão.
Segundo o ministro, R$ 2,5 bilhões (482 milhões de dólares) aguardam para serem utilizados no fundo de preservação da floresta amazônica, que voltará a ser financiado pela Noruega.
Em discurso após o resultado das eleições ser anunciado pela Justiça Eleitoral , Lula disse que o Brasil está disposto a "promover o desenvolvimento sustentável das comunidades que vivem na região amazônica". "Vamos provar mais uma vez que é possível gerar riqueza sem destruir o meio ambiente", afirmou.
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