Áreas de desmatamento no município de Careiro da Várzea, no Amazonas próximo às Terras Indígenas do povo Mura
Alberto César Araújo/Amazônia Real - 18.07.2022
Áreas de desmatamento no município de Careiro da Várzea, no Amazonas próximo às Terras Indígenas do povo Mura

Os dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia ( Imazon ) mostram que o desmatamento na Amazônia Legal  atingiu 9.069 km² entre janeiro e setembro de 2022. Este é o maior número de área desmatada em 15 anos.

A área florestal derrubada corresponde a oito vezes a cidade do Rio de Janeiro, segundo o Imazon. De acordo com os dados do instituto, o desmatamento está em crescimento desde 2018.

O gráfico mostra que entre os anos de 2008 e 2017, os números foram oscilando entre 1.000 km² e 3.500 km². A menor área desmatada nesses 15 anos ocorreu em 2013, quando atingiu 1.008 km².

Ainda segundo dados do Imazon, a degradação florestal causada pela extração de madeira e pelas queimadas cresceu quase 5 vezes e passou de 1.137 km² em setembro de 2021 para 5.214 km² em setembro de 2022, uma alta de 359%.

O órgão ainda revela que apenas dois estados concentraram 96% da área degradada na Amazônia nos últimos anos: Mato Grosso, com 3.865 km² afetados (74%), e Pará, com 1.127 km² (22%).

O Instituto de Pesquisas Espaciais ( Inpe ) divulgou, na semana passada, dados que mostram os números de desmatamento na Amazônia somente no mês de setembro desde 2015.

Segundo o órgão, o ano de 2022 também é o maior, alcançando 1.454 km² de área derrubada, ficando próximo do ano de 2019, quando os números chegaram a 1.453 km².

O levantamento do Imazon divulgou ainda que o desmate somente no mês de setembro equivale a um pouco mais de três vezes que o tamanho do município de Belo Horizonte. Segundo o instituto, no último mês, o Pará causou da metade dessa destruição, com 553 km².

O Imazon utiliza o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), que difere do método do Deter, utilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os satélites do Instituto do Homem são mais aprimorados que os dos sistemas do governo, conseguindo detectar áreas devastadas a partir de 1 hectare, enquanto os alertas do Inpe levam em conta áreas maiores que 3 hectares.

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