Áreas de desmatamento no município de Careiro da Várzea, no Amazonas próximo às Terras Indígenas do povo Mura
Alberto César Araújo/Amazônia Real - 18.07.2022
Áreas de desmatamento no município de Careiro da Várzea, no Amazonas próximo às Terras Indígenas do povo Mura

As áreas com alerta de  desmatamento na Amazônia em setembro deste ano foram as maiores já registradas para o mês desde 2015. De acordo com dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) , praticamente 1.455 km² da  floresta registraram alerta para desmatamento no mês passado. A área é quase o equivalente ao tamanho da cidade de São Paulo, que tem  1.521 km².

O Deter, levantamento de alertas de evidências de alteração da cobertura florestal na Amazônia  feito pelo Inpe , apontou que o número registrado em setembro representa um crescimento de 47,7% em comparação com o mesmo período do ano passado. O total também supera o último recorde detectado em 2019, que era de 1.454 km².

Neste ano, as áreas com o alerta de devastação chegaram a 8.590 km² — 4,5% maior do que o acumulado até dezembro de 2021. O Observatório do Clima ressaltou que 2022 pode igualar ou até mesmo superar o recorde do ano completo de 2019, que foi de 9.178 km².

Abaixo, confira os alertas de desmatamento para setembro desde o início da série histórica, em 2015, de acordo com o Deter, do Inpe:

  • 2022 – 1.454,76 km²
  • 2021 – 984,61 km²
  • 2020 – 962,55 km²
  • 2019 – 1.453,64 km²
  • 2018 – 745,99 km²
  • 2017 – 402,56 km²
  • 2016 – 691,15 km²
  • 2015 – 497,19 km²

O Deter foi criado para servir como um sistema de alerta para ajudar na fiscalização e controle do  desmatamento e degradação florestal realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e demais órgãos ligados a esta temática.

Imazon

Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgados em agosto  já mostravam que, mesmo antes de terminar o ano de 2022, os números de focos de desmatamento já superaram 2021 inteiro.

De acordo com os pesquisadores do instituto, além de ameaçar diretamente a vida de povos e comunidades tradicionais e causar perdas na biodiversidade, esse aumento na destruição também afeta a camada de ozônio e contribui para o aquecimento global em um momento de emergência climática. 

"Já passamos da metade do ano e o que vem acontecendo são recorrentes recordes negativos de devastação da Amazônia , com o aumento no desmatamento e na degradação florestal. E, infelizmente, temos visto ações insuficientes para combater esse problema", disse a pesquisadora Bianca Santos, do Imazon.

Entre no  canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo.  Siga também o  perfil geral do Portal iG.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!