Há muitas provas de que Israel está vencendo a atual guerra. O grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza, está totalmente desmobilizado. Já a milícia xiita Hezbollah perdeu 80% de seu arsenal militar, milhares de combatentes e comandantes de brigada, além de seu líder máximo, Hassan Nasrallah.
Frente ao Irã, mesmo que a “conta” entre os dois países ainda não esteja fechada, Israel já provou sua superioridade bélica – e só não o atingiu com mais força até agora em função da pressão internacional. A chegada de Donald Trump à Casa Branca, por sua vez, certamente fará com que o país dos aiatolás fique ainda mais enfraquecido. Os outros inimigos de Israel perderam o ímpeto, especialmente a Síria, que agora lida com seus próprios (e enormes) problemas.
Em resumo: Israel, que no início dessa guerra parecia incapaz de recuperar-se do humilhante ataque do Hamas que resultou em 1,2 mortes, mais de 5,5 mil feridos e 254 sequestrados, conseguiu se impor em 7 diferentes frentes de guerra. No entanto, não há o que celebrar, uma vez que ainda não existe uma perspectiva concreta do retorno dos 101 reféns, vivos e mortos, que continuam sendo mantidos em Gaza pelos sádicos terroristas do Hamas. Sim, é uma vitória militar incontestável – mas com um gosto terrivelmente amargo.
Reconstrução
Há uma sensação que prevalece sobre praticamente toda a população local: a enorme dificuldade de superar a própria ideia (aterrorizante) de que cidadãos israelenses tenham sido sequestrados por terroristas dentro de Israel. Por ser um país minúsculo e com apenas 10 milhões de habitantes, todos compartilham histórias e angústias, o que consome as energias a ponto de parecer impossível pensar em reconstruir qualquer coisa que seja.
Nessa hora, entra em cena a incomparável e necessária resiliência do povo judeu. Há muito a se reconstruir. No sentido físico, são casas, negócios, estradas, estufas, escolas etc. Sabemos, no entanto, que nada se equipara ao esforço que será necessário para a reconstrução emocional da população, que precisará reaprender a confiar em um exército e um governo que falharam imperdoavelmente por motivos até hoje não explicados.
Há um longo caminho pela frente, o qual só começará a ser trilhado quando os reféns voltarem para Israel – que seja hoje, por favor.