O governador do Rio de Janeiro , Cláudio Castro, firmou parceria com o Governo Federal para atuação no Complexo da Maré , Zona Norte do Rio de Janeiro. A ação integrada contará com auxílio de drones e suporte da Força Nacional. Castro afirmou que não haverá “ocupação” na Favela, apenas “combate à criminalidade”.
“Estamos preparando grandes ações para as áreas conflagradas. Ressalto que não haverá ocupação no Complexo da Maré, mas sim operações estratégicas e pontuais, começando por essa região, e depois expandindo para outras localidades”, disse o governador nesta sexta-feira(29), após reunião com secretário-executivo do Ministério da Justiça de Segurança Pública, Ricardo Garcia Cappelli.
A notícia causou tensão entre os moradores da região. De acordo com levantamentos do 7º Boletim Direito à Segurança Pública na Maré, realizado pela ONG Redes da Maré, em 2022 houve um aumento de 145% de mortes em operações policiais no Complexo. Dentre as vítimas, 81% eram homens negros .
“A Maré precisa de ocupação sociocultural”
Segundo liderança local, que preferiu não se identificar, ”A Maré não precisa de uma ocupação policial. A Maré precisa de uma ocupação sociocultural que venha influenciar na parte econômica de maneira direta. Até hoje muitos moradores vivem os resquícios da operação de 2014”, disse o jovem negro, que cresceu na região.
Em 2014, as 2,7 mil agentes das Forças Armadas
ocuparam 15 comunidades do Conjunto. Operação resultou em 16 mortes e 162 prisões em 15 dias. Além da apreensão de 101 armas e 2.252 munições.O morador detalha bastidores da ação na época.
“A insegurança era constante, a troca de tiros era muito maior. Sem falar dos casos de violações de residências. Nós, moradores da Maré, temos uma péssima lembrança desse período. Isso não resolve o problema de violência
”, desabafou.