Previsão da formação do ciclone longe da costa brasileira
Divulgação/ECMWF via MetSul
Previsão da formação do ciclone longe da costa brasileira

Com a chegada de uma nova frente fria nesta primeira semana de dezembro, originada por uma área de baixa pressão que deve gerar ventos fortes ao se chocar com uma grande massa de ar quente, surgiram especulações de que o fenômeno poderia dar origem a um novo ciclone.

Veja:  Previsão: dezembro começa com avanço de frente fria pelo país

Segundo a MetSul Meteorologia, há reportagens divulgadas nos últimos dias que apontam a formação de um  ciclone na costa brasileira nesta semana, com potencial para provocar chuva excessiva e tempestades em vários estados.

A meteorologista Estael Sias, da MetSul, esclarece que é necessário ter um contexto de como vai ficar o tempo para entender o possível fenômeno e seus impactos.

Ventos fortes

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Leandro Lefa / Metsul Meteorologia
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Segundo a especialista, toda área de baixa pressão tem "natureza ciclônica", uma vez que mantém rotação no sentido horário no Hemisfério Sul. Porém, isso não significa que todo sistema de baixa pressão seja um ciclone extratropical, com potencial mais destrutivo.

Esse tipo de ciclone exige maior organização, estruturação da atmosfera em diferentes níveis e pressão central mais baixa.

De acordo com os dados analisados pela MetSul, uma área de baixa pressão começa a se aprofundar na terça-feira (02) na região do Rio da Prata, podendo gerar rajadas de 50 km/h a 70 km/h no leste do Uruguai e no litoral de Santa Vitória do Palmar, no extremo Sul do Rio Grande do Sul.

Depois disso, o sistema deve se afastar rapidamente do continente entre quarta (03) e quinta-feira (04), avançando pelo Atlântico com muita força, mas com "tendência de maior organização", ou seja, com nuvens mais formadas.

Formação de ciclone

"Quando o sistema se estruturar como um ciclone, por volta da quinta-feira, e adquirir nas imagens de satélite a configuração clássica de uma espiral de nuvens, ele vai estar no meio do Atlântico a uma enorme distância do continente e sem qualquer possibilidade de provocar vento forte ou intenso em terra firme", tranquiliza Estael Sias.

Projeções do modelo europeu ECMWF mostram essa espiral bem afastada, com a frente fria associada ao ciclone se estendendo até o Espírito Santo e ao sul da Bahia.


Para o Brasil, o principal impacto é causado pela frente fria. Na quarta-feira (3), ela se organiza entre o Centro-Oeste e o Sudeste, estimulando a formação de nuvens carregadas com chuva localmente forte e temporais isolados, que podem incluir rajadas de vento e granizo.

Entre quinta-feira (05) e domingo (07), a frente fria fica "semi-estacionária" na altura do Espírito Santo e do Sul da Bahia, formando um canal de umidade que deve provocar chuva forte e constante.

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