
Uma investigação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul descobriu que uma facção criminosa, da zona sul de Porto Alegre, tem feito investimentos em imóveis de luxo no litoral de Santa Catarina para lavagem de dinheiro. O grupo teria um patrimônio estimado em R$ 8 milhões.
Entre os imóveis, está uma pousada na Praia do Caixa d'Aço, em Porto Belo (SC). Uma outra residência, em Balneário Camboriú, está avaliada em mais de R$ 3 milhões. As investigações apontam ainda que o grupo possui uma lancha, jet ski, moto e veículos de luxo.
Megaoperação

Através da Delegacia de Polícia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DRLD/DHPP), a Polícia Civil deflagrou uma megaoperação na manhã desta quinta-feira (03) com objetivo de desmantelar o esquema de lavagem de dinheiro da organização criminosa.
A " Operação Casa Nostra " ocorreu simultaneamente nos municípios gaúchos de Porto Alegre, Gravataí, Capão da Canoa e Tramandaí, e nos de Camboriú, Palhoça e Porto Belo, em Santa Catarina.
Foram cumpridas 143 ordens judiciais: 38 mandados de busca e apreensão, cinco de sequestro de imóveis, oito restrições de veículos, 22 bloqueios de contas bancárias, 44 quebras de sigilo bancário e fiscal, 25 quebras de sigilo telemático e uma ação controlada.
A corporação divulgou que foram apreendidos, até o momento, 40 mil reais, cinco veículos, duas motos, celulares, documentos e uma arma de fogo.
Descoberta do esquema
A investigação começou após um inquérito sobre uma tentativa de homicídio em julho de 2023. Um dos chefes da facção mandou matar um integrante do grupo, que foi sequestrado e levado até ele. A caminho de ser executado, ele conseguiu pular do carro em que era levado e, mesmo atingido por disparos, conseguiu fugir.
Segundo o delegado Rodrigo Pohlmann Garcia, titular da DRLD/DHPP, foi identificado um patrimônio estimado em R$ 8 milhões vinculado à facção, principalmente por meio de investimentos no litoral catarinense.
A polícia identificou movimentações financeiras expressivas feitas em pouco tempo por pessoas ligadas à facção. Em alguns casos, companheiras de integrantes chegaram a movimentar valores que passam de R$ 1 milhão em poucos meses. Um dos intermediários, por exemplo, teria movimentado R$ 4,5 milhões.