Autoridades estão em busca dos fugitivos da Penitenciária de Segurança Máxima de Mossoró
Secretaria Nacional de Políticas Penais/Divulgação
Autoridades estão em busca dos fugitivos da Penitenciária de Segurança Máxima de Mossoró

As buscas pelos detentos que fugiram do presídio de segurança máxima de Mossoró (RN) entraram no 20º dia nesta segunda-feira (4). Deibson Nascimento e Rogério Mendonça escaparam da Penitenciária Federal de Mossoró no dia 14 de fevereiro, protagonizando a primeira fuga registrada na história do sistema prisional federal, criado em 2006.

A força-tarefa montada para capturar os fugitivos tem concentrado as buscas nos municípios de Mossoró e Baraúna, onde fica a RN-015, local do presídio.

Mais de 600 agentes de segurança estão envolvidos na operação de recaptura. Dentre eles, há policiais federais, rodoviários federais, militares e civis, além da Força Nacional.

Novas pistas e aparições

Na madrugada deste domingo (3), os agentes de segurança fizeram um cerco em uma fazenda na zona rural de Baraúna. De acordo com uma reportagem da TV Globo, moradores da região afirmaram ter visto os dois fugitivos na madrugada.

Ainda de acordo com a reportagem, os  criminosos chegaram a invadir um galpão e a agredir o proprietário do local, fugindo logo em seguida.  O dono da fazenda, então, acionou os policiais.

Na quinta (29), agricultoras afirmaram ter visto dois homens em uma plantação de bananas. A força-tarefa confirmou que se tratava dos fugitivos e fez um novo cerco na área.

Aparições anteriores

No dia 16 de fevereiro, dois dias após a fuga, os detentos invadiram uma casa em Riacho Grande, na zona rural de Mossoró, a 3 km da penitenciária, fizeram uma família refém e roubaram dois celulares.

No dia 24, a força-tarefa localizou um esconderijo que estava sendo usado pelos criminosos em uma área de mata. A polícia supõe que eles ficaram no local do dia 17 até o dia 23. Na propriedade foram encontradas embalagens de comida, lona e até um facão. O local fica a 30km da Penitenciária Federal de Mossoró, já próximo à divisa do RN com o CE.

5 prisões relacionadas ao caso

Até o momento, cinco pessoas suspeitas de acobertarem a fuga já foram detidas.

A prisão mais recente foi na última quinta-feira (29) em Fortaleza (CE), de um homem que não teve a identidade revelada, sob suspeita de ajudar os dois presidiários fugitivos.

O primeiro foi preso no último dia 21 e, no dia seguinte, outros dois foram presos em flagrante portando armas e drogas. No dia 23 de fevereiro, o irmão de um dos fugitivos também foi preso em Rio Branco (AC).

O penúltimo a ser  preso foi o dono do sítio que abrigou os fugitivos e que detinha o esconderijo na mata. Ele recebeu R$ 5 mil para realizar esta tarefa.

Relembre o caso

Quem são os presos?

De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, os presos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, conhecido como "Tatu" ou "Deisinho", de 33.

Ambos são naturais do Acre e foram transferidos para o presídio federal de Mossoró em setembro de 2023, após participarem de uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, que culminou na morte de cinco detentos de facções rivais — três deles decapitados.

De acordo com a Justiça, os dois têm ligação com o Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas do Brasil e conhecida por um de seus integrantes, Fernandinho Beira-Mar — que também está detido na penitenciária de Mossoró.

Fuga

A dupla fugiu da penitenciária na madrugada do dia 14 de fevereiro.  Apesar de estarem em celas separadas, eles saíram juntos do presídio após retirarem as luminárias — usando barras de ferro — e passarem por dutos que chegavam até o teto do presídio. De lá, a dupla desceu para a área externa, cortou a cerca do presídio com um alicate - que a polícia acredita ser de obras que aconteciam na unidade — e escapou.

Medidas

O ministro da Justiça,  Ricardo Lewandowski, ordenou uma série de medidas após a fuga dos presos:

  • O afastamento imediato da atual direção da penitenciária federal de Mossoró;
  • A indicação de um novo interventor para comandar a unidade (no caso, o policial penal federal Carlos Luis Vieira Pires);
  • A revisão de todos os equipamentos e protocolos de segurança em todas as cinco penitenciárias federais do país, que ficam em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN), Porto Velho (RO) e em Brasília (DF);
  • A abertura de inquérito para investigar as circunstâncias da fuga;
  • A convocação e o deslocamento de um time de peritos à unidade, tanto para a investigação do caso quanto para a recaptura dos fugitivos;
  • A autorização do uso da Força Nacional para as buscas;
  • A instalação de barras de ferro em luminárias nas celas da Penitenciária Federal de Mossoró.

Além das medidas do Ministério da Justiça, a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte enviou um helicóptero para ajudar nas buscas.

No dia 16 de fevereiro, os nomes e as fotos dos foragidos entraram na lista de procurados da Interpol.

Lewandowski foi a Mossoró e Lula falou sobre o caso

No dia 18 de fevereiro, o  ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, desembarcou em Mossoró, onde a força-tarefa para as buscas está concentrada. Em coletiva, ele assegurou que o episódio não compromete a segurança das cinco unidades prisionais federais.

Em entrevista coletiva na Etiópia, o presidente  Lula foi questionado sobre a fuga e afirmou que 'parece que teve a conivência de alguém do sistema'.

PF oferece até R$ 30 mil por informações sobre fugitivos

A Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) no Rio Grande do Norte anunciou neste sábado (24) uma recompensa para quem tiver informações sobre os fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, Rogério Mendonça e Deibson Nascimento.

O valor pago por informações a respeito do paradeiro dos fugitivos quem levem à captura deles é de R$ 15 mil por preso, podendo alcançar R$ 30 mil no caso de informações que levem a PF a encontrar ambos os fugitivos. Segundo a PF, o valor será pago com verba federal.

Quem tiver informações que possam levar ao paradeiro dos foragidos pode entrar em contato das seguintes formas:

  • ligar para o Disque-Denúncia, através do telefone 181;
  • entrar em contato pelo WhatsApp através do número (84) 98132-6057;
  • enviar e-mail para disquedenuncia181@defesasocial.rn.gov.br;
  • acessar o app Segurança Cidadã, do governo do RN.

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