Durante coletiva de imprensa no encerramento de sua viagem pela África neste domingo (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou, pela primeira vez, sobre a fuga de dois detentos que ocorreu na última quarta-feira (14) no presídio de segurança máxima de Mossoró (RN).
Na coletiva em Addis Ababa, capital da Etiópia, Lula sugeriu que os presidiários Rogério Mendonça e Deibson Nascimento foram ajudados por alguém de dentro da penitenciária federal. “Teoricamente parece que teve a conivência com alguém do sistema lá dentro”, afirmou o chefe de Estado.
O presidente, porém, se conteve e disse que não faria acusações. “Como não posso acusar ninguém, eu sou obrigado a acreditar que uma investigação que está sendo feita pela polícia local, pela Polícia Federal nos indica amanhã ou depois de amanhã o que aconteceu no presídio de Mossoró", disse.
Lula também elogiou o trabalho do novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. “A primeira pessoa que disse que estaria fazendo uma sindicância para apurar se houve participação de alguém que trabalhava no presídio de segurança máxima foi o ministro Lewandowski”.
“Dito isso, nós estamos à procura dos presos, esperamos encontrá-los e obviamente que nós queremos saber como que esses cidadãos cavaram um buraco e ninguém viu, só faltava contratarem uma escavadeira”, adicionou.
Na coletiva, o presidente ressaltou que a fuga é inédita para presídios de segurança máxima, desde criação do sistema penitenciário federal em 2006. “Isso significa que pode ter havido relaxamento e nós precisamos saber de quem, só isso”.