No último domingo (25), na Avenida Paulista, em São Paulo, aproximadamente 185 mil pessoas compareceram ao ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo o grupo de pesquisa "Monitor do debate político" da USP. O grupo, liderado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto, registrou a presença de Bolsonaro e calculou o público presente utilizando um software, entre as 15h, hora de chegada do ex-presidente, e as 17h, momento de encerramento do discurso.
Já a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulgou que 600 mil pessoas estiveram presentes no ato. A secretaria é subordinada ao governador do estado, Tarcísio de Freitas, que estava na manifestação ao lado de Bolsonaro.
Bolsonaro enfrenta investigações da Polícia Federal por suspeita de golpe de Estado. O ex-presidente afirmou que convocou o ato para se defender das acusações da PF. A contagem máxima de participantes foi registrada por volta das 15h, quando Bolsonaro atravessou a multidão para subir ao palco.
O grupo de pesquisa selecionou 11 fotos da Avenida Paulista, cobrindo toda a extensão da mesma, e aplicou um método de identificação de cabeças e estimativa de pessoas em cada imagem, resultando na estimativa de 185 mil presentes durante o pico da manifestação.
O ato teve início oficial às 14h, porém, desde cedo, a Avenida Paulista já apresentava grande movimentação com apoiadores do ex-presidente usando roupas verde e amarelo e exibindo bandeiras do Brasil, de Israel e de Bolsonaro. O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) ficou fechado devido à manifestação.
No dia 12, Bolsonaro convocou seus seguidores para um "ato pacífico" em defesa do "Estado Democrático de Direito". Durante seu discurso, ele prometeu rebater todas as acusações feitas contra ele nos últimos meses e pediu que seus apoiadores não levassem cartazes contra ninguém específico.
Durante o ato, Bolsonaro afirmou ter sido perseguido durante seus quatro anos de mandato e que essa perseguição aumentou após deixar a presidência. Ele mencionou a minuta de um decreto para instituir o estado de sítio, mas ressaltou que isso exigiria a convocação do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional, o que não ocorreu.
Bolsonaro também expressou o desejo de "passar borracha no passado" e pediu ao Congresso que aprove um projeto de anistia para os condenados pelos ataques à Praça dos Três Poderes em janeiro de 2023, chamando-os de "pobres coitados".