Armas usadas pelo atirador e apreendidas pela polícia
Divulgação / PCES
Armas usadas pelo atirador e apreendidas pela polícia

Após os ataques realizados a duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo , o atirador de 16 anos voltou para casa, guardou as armas e agiu com naturalidade, segundo depoimento prestado à Polícia Civil.

Os pais do adolescente faziam compras em município vizinho e, quando eles retornaram, ele chegou a almoçar com a família como se nada tivesse acontecido, afirmaram representantes das polícias Civil e Militar na Secretaria de Segurança Pública em coletiva nesta segunda-feira (28).

Diversos itens foram apreendidos na casa do atirador, entre eles, duas pistolas usadas no crime , uma machado e duas espingardas de pressão, que serão analisadas.

De acordo com os investigadores, o  autor do crime passou os últimos dois anos planejando o ataque e aproveitando o tempo que ficava em casa sozinho para manusear as duas armas do pai, que ele sabia onde estavam guardadas: dentro de um armário no quarto do pai.

Uma delas, segundo a polícia, ficava embaixo de uma pilha de roupas, e a outra, dentro de uma caixa trancada por um cadeado, o qual ele sabia como abrir. Depois do ataque , ele voltou para casa e posicionou as pistolas exatamente onde as encontrou.

O jovem aproveitou a ida dos pais a um supermercado num município vizinho para cometer os atentados , já que a família tem dois carros — um deles foi usado pelo jovem na hora do crime .

Conforme os investigadores, ele não tinha um alvo definido e atirou aleatoriamente contra os professores e alunos.

No primeiro ataque, ele esvaziou o pente de uma das pistolas ao disparar contra professores em uma das salas. O local era mais próximo ao portão dos fundos da escola, por onde ele entrou após arrombar o cadeado.

No colégio particular, ele atirou em quem encontrou pela frente. Na tentativa de se proteger, os alunos correram para dentro das salas de aula e fecharam as portas.

Após o ataque

Depois de ter efetuado os disparos, o adolescente foi a um lugar isolado com o carro, um Renault Duster dourado, retirou as fitas que colocou na placa para esconder o número, e voltou para casa. Na residência, ele guardou todos os objetos usados no  crime e esperou pelo retorno dos pais.

Quando eles chegaram em casa, foram almoçar juntos em uma casa de praia da família, onde, depois, foi apreendido pela polícia após horas agindo com naturalidade .

Hoje, a corregedoria da Polícia Militar do estado instaurou uma investigação para apurar se houve responsabilidade do pai do atirador, que é PM , em relação ao acesso dele às armas . O policial havia sido afastado de atividades operacionais e, atualmente, faz trabalhos administrativos durante o inquérito.

Fazia acompanhamento psicológico

Em depoimento, o autor do crime disse que era vítima de bullying na escola Primo Bitti, onde estudou até junho deste ano . Ele teria escolhido os dois colégios por serem os mais próximos da casa dele, em Aracruz . Embora ele tenha deixado a instituição com uma carta de transferência, a polícia afirmou que ele estaria, até então, sem estudar, com o consentimento dos pais.

A família do garoto disse que ele passava por acompanhamento psiquiátrico , psicológico e tomava medicamentos. A decisão foi tomada, segundo os pais, porque o filho se mostrava introspectivo, diferente dos demais adolescentes, e que tinha uma relação distante dos pais e da família como um todo.

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