O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta sexta-feira a proposta de passaporte sanitário, que obriga a apresentação do comprovante de vacinação para se frequentar determinados lugares. Em um evento na cidade Maringá, Bolsonaro chamou prefeitos e governadores que adotam a medida de "protótipos de ditadores".
Uma das cidades onde isso tem sido adotado é o Rio de Janeiro. Nesta sexta, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, comemorou a liberação da medida após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux.
Bolsonaro, entretanto, afirmou nesta sexta que a medida tenta cercear a liberdade, mesmo argumento utilizado pelo presidente contra as medidas restritivas adotadas no auge da pandemia, como a limitação ao horário de funcionamento do comércio ou o lockdown.
"Algumas medidas restritivas que estão aparecendo agora, nós não podemos admitir. A liberdade acima de tudo. Nós compramos cada vacina distribuída pelo Brasil. Demos todos os meios para combater a pandemia. Não podemos admitir que alguns protótipos de ditadores, em nome da saúde, queiram tirar a liberdade de vocês", afirmou Bolsonaro.
Nesta quinta-feira, o ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal aceitou o pedido da prefeitura do Rio e reestabeleceu, na tarde desta quinta-feira, a "eficácia plena" do decreto municipal que estabelece o passaporte da vacina na cidade. A decisão foi celebrada por Paes.
"Um fumante nessa sala não tem liberdade de fumar aqui, porque se convencionou que, se isso acontecesse, prejudicaria os não-fumantes. Não entendo que isso seja um cerceamento à liberdade individual", disse o prefeito do Rio.
Acuado após a reação negativa das instituições aos protestos de 7 de Setembro, Bolsonaro tem atacado praticamente todos os dias a proposta do passaporte sanitário.
O presidente disse lamentar as perdas da doença, mas destacou que "na economia", a população sempre contou com o governo federal, assim como no atendimento a estados e municípios.
"Bem como no atendimento a estados e municípios em tudo que foi preciso para combater a pandemia. Vivemos um outro momento agora, peço a Deus saindo da pandemia. Mas quero dizer que naquilo que depender do governo federal, nós não teremos passaporte da Covid", afirmou o presidente.