Jair Bolsonaro
Reprodução/Flickr/Palácio do Planalto
Jair Bolsonaro



Um julgamento simbólico da atuação do governo Jair Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19 está sendo organizado por um coletivo formado por professores, estudantes e trabalhadores da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica). O "Tribunal do Genocídio" está previsto para o dia 25 de novembro e contará com a presença da desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo Kenarik Boujikian, que atuará como magistrada.

Além disso, a ex-Procuradora Geral da República Déborah Duprat fará a acusação e o advogado Fabio Tofic Simantob será responsável pelo papel da defesa.

O evento é realizado pelo Coletivo Professor André Naveiro Russo, que recebeu o nome em homenagem ao professor do curso de Jornalismo da universidade, que morreu este ano em decorrência do coronavírus.


Boujikian conta que se sentiu honrada com o convite para voltar à universidade na qual estudou e conduzir o julgamento simbólico:

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"É muito comum quando fatos graves acontecem e não há encaminhamento devido pelos órgãos que deveriam assim proceder, que a própria sociedade se organize para mostrar a necessidade de um julgamento, e esse é o grande objetivo. Vem da necessidade que está posta no Brasil neste momento de realizar um julgamento, perante toda a comunidade nacional, sobre os fatos graves que têm acontecido", diz ela, que também é co-fundadora da Associação Juízes para a Democracia, feminista, militante e especialista em Direitos Humanos.

Em nota, os organizadores do evento afirmam que " a sociedade não pode ficar observando a tragédia". "Impõe-se a necessidade da instalação imediata de um Tribunal para julgar os atos e omissões dos responsáveis pelas mais de 590 mil mortes no Brasil em razão da pandemia de Covid-19. A grande maioria das vítimas veio a óbito porque os responsáveis pela administração pública federal adotaram uma política negacionista, irresponsável e desumana", continuam.

Nós, professores de Jornalismo, já estávamos discutindo as questões da pandemia e quando morreu o professor André isso teve um impacto muito grande na comunidade universitária e foi um incentivo para lançar o coletivo para discutir a situação do país. Concluímos que nossa maneira de contribuir para o debate seria instituindo um tribunal de opinião para julgar os crimes do governo federal no que diz respeito à pandemia", afirma José Arbex, professor de Jornalismo na PUC-SP e membro do coletivo.

A iniciativa, que conta com apoio da reitoria da instituição, está prevista para ocorrer entre 8h30 e 12h do dia 25 de novembro, no Tuca, teatro da universidade, com adoção de protocolos sanitários.

O julgamento também será transmitido pela TV PUC. Organizações da sociedade civil podem constituir assistentes da acusação e apresentar informações até o dia 24 de novembro.

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