Durante audiência no Senado na manhã desta quarta-feira (30), a influenciadora digital Bárbara Destefani, do canal Te Atualizei , disse estar pedindo à Justiça o mesmo direito dado a um "traficante e a um corrupto condenado". Bárbara é alvo de inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre fake news relacionadas ao processo eleitoral .
"Não estou tendo o devido processo legal há anos. Estou pedindo o mesmo direito que a Justiça deu para um traficante e um corrupto condenado: o mínimo", disse ela.
A influenciadora foi convidada para participar da Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle do Senado. Hoje, o comitê promove uma audiência para tratar da acusação de que rádios, sobretudo as nordestinas, teriam supostamente exibido menos peças eleitorais do atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL) , do que do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) , durante as campanhas para o segundo turno.
A campanha de Bolsonaro entrou com um pedido de investigação no TSE em 24 de outubro , mas não apresentou provas ou documentos concretos que comprovassem as supostas fraudes, de acordo com o presidente da Corte Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes .
Durante a reunião desta quarta, Bárbara pediu "socorro" aos senadores. "Por favor, Senado. Por favor, Congresso, parlamentares: socorro. Socorro", afirmou.
Depois, ela citou os manifestantes apoiadores de Jair Bolsonaro que ainda estão nas ruas protestando contra o resultado das eleições 2022 . "Por todas as pessoas que estão na rua, como foi bem dito, elas não sabem mais para quem pedir ou o que pedir. Elas estão desesperadas, porque não confiam mais nos representantes que elas elegeram."
Os atos antidemocráticos começaram a ser registrados desde o dia 30 de outubro, após a divulgação do resultado do pleito . Os manifestantes bloquearam rodovias por todo o Brasil em protesto ao resultado das urnas . Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), mais de 1300 bloqueios já foram desfeitos desde o dia do segundo turno .
Em agosto de 2021, o canal de YouTube de Bárbara foi desmonetizado por ordem do TSE por divulgação de notícias falsas . Na mesma lista que continha o nome da influenciadora, estavam outros youtubers e blogueiros bolsonaristas , como Allan Dos Santos e Oswaldo Eustáquio .
À época, em decisão, o TSE mandou que as plataformas digitais, como o YouTube, parassem de recomendar canais e vídeos de cunho político "relacionados aos ataques ao sistema de votação e à legitimidade das eleições". A pesquisa feita pelos usuários por meio de palavras-chave, porém, não foi proibida.
Durante a pandemia de Covid-19, Bárbara também usou as redes sociais para questionar a eficácia das vacinas produzidas contra a doença.
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