Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reservou sua agenda nesta quinta (20) para melhorar seu desempenho eleitoral no Rio de Janeiro. De manhã, o ex-presidente fez caminhada em São Gonçalo e no início da noite foi a Padre Miguel, na Zona Oeste, onde aproveitou para reforçar suas propostas, como aumentar o salário mínimo, diminuir o preço da gasolina e investir mais em saúde e educação.
Em cima de um caminhão trio elétrico, acompanhado por uma multidão, Lula questionou sobre os gastos de campanha de seu adversário.
"Essa não é uma eleição comum, nunca na história um presidente usou tanto dinheiro para campanha. Eu fui presidente e candidato, a Dilma também, e a gente só fazia campanha à noite e sábado e domingo porque durante o dia a gente precisava governar esse país. Esse presidente não está preocupado com o país, ele está preocupado com os amigos milicianos, com os seus filhos, menos com o país", afirmou.
Lula disse ainda que, se eleito, pretende ampliar investimentos na educação.
"Não existe nenhum país do mundo que conseguiu se desenvolver sem antes investir na educação, vamos fazer muito mais: escola técnica e instituto federal. Precisamos cuidar melhor do nosso povo", declarou o petista, que finalizou seu discurso prometendo mais uma vez aos mais pobres que eles voltarão a comer churrasco de picanha com cerveja.
O ex-presidente chegou ao evento com 1h30 de atraso e levou o público à loucura. A demora foi justificada pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), devido ao trânsito na cidade.
"Ele não chegou ainda por causa do engarrafamento, a culpa é minha, admito. Culpa do prefeito. Salva de palmas para que eu não fique deprimido hoje”, brincou. Paes ainda afirmou que é preciso combater a "mentirada" com perguntas: "Pergunte sempre o que ele (Bolsonaro) fez pra melhorar o Rio. E que maldade Lula fez com a família brasileira? Ele ajudou o Rio e trata dos mais pobres. Vamos ter um presidente que olha para o povo! Quero ressaltar aqui para o povo do complexo do alemão que está presente: Bolsonaro é tão preconceituoso que acha que quem mora na favela é traficante e ele disse isso em rede nacional, para ele ser pobre não é ser trabalhador".
Rodrigo Neves (PDT), ex-prefeito de Niterói, iniciou seu discurso cantando o jingle "olê, olê, olê, olá, Lula, Lula" e afirmou que o petista une o povo a favor da igualdade.
"O salário mínimo está congelado há quatro anos com Bolsonaro, enquanto as coisas não param de subir e o presidente abandonou a educação. Eu sou cristão, casado há mais de 25 anos e tenho uma netinha, Bolsonaro é patriota da boca para fora, ele vendeu as empresas para estrangeiros a preço de banana, ele é cristão da boca pra fora, como que fala que pintou um clima entre crianças? Quem é cristão de verdade dá pão para o pobre", questionou.
A deputada federal Benedita da Silva agradeceu pela "festa da democracia" e pediu para que a militância busque votos de casa em casa.
"Nós sabemos que estamos vivendo um movimento difícil, agora é para colocar a diferença da nossa campanha, a nossa campanha do amor, paz, comida na mesa, emprego e saúde. Está na nossa hora, precisamos fiscalizar, não vão pra casa! Votem. Nossa boca de urna começa agora de companheiro a companheiro, de casa em casa, vamos convencer aqueles que não pediram para votar", lembra.
Embaladas por samba e muita animação, as cientistas Clara Magalhães, 28 anos, e Rayssa Lima, 26, afirmam que quem é da ciência precisa votar em Lula.
"Eu voto no Lula porque ele é representante do povo. A gente é da UFRJ e quando Bolsonaro entrou, o investimento na universidade não teve mais. Vocês tem que entender isso. Na época de Lula todo mundo ia lá para fora fazer Ciência Sem Fronteira. Eu quero isso! Investimento e educação para o povo. Com esse governo não dá", comenta Clara.
"Nós somos cientistas e cientista tem que votar no Lula. Depois dessa pandemia, fomos marginalizados e discriminados. Nossas opiniões que são baseadas em ciência foram jogadas no lixo e a opinião popular, sem nenhuma base científica, passou a significar muito mais? Temos que votar em quem confia na ciência e acredita na educação e invista cada vez mais recursos e Lula fez isso", completa Rayssa.
O aposentado de 65 anos, Nelson Antônio, afirma que está cansado de tanto ódio e agora quer amor. "Eu voto porque quero um país melhor para todos, quero justiça social, quero salário digno, quero a maior participação da população no governo", comenta.
A assistente social Ana Carolina, 37, também enfatiza que seu voto é por amor e por esperança. "Eu quero voltar a ser feliz, voltar a ter esperança, quero que minha filha tenha futuro. Eu acho que ele é um cara preparado que sabe o que fala, como faz e ele tem compromisso com o povo e isso ninguém tira dele. Por isso, estou com Lula", disse.
O candidato do PT estava acompanhado também na caminhada pela mulher, Rosângela da Silva, a Janja, Carlos Lupi, presidente do PDT, pelos parlamentares Lindbergh Farias (PT), Jandira Feghali (PCdoB), Alessandro Molon (PSB) e Pedro Paulo (PSD).
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