
O julgamento do chamado "núcleo principal" da organização criminosa acusada de tentativa de golpe de Estado em 2022 é retomado nesta terça-feira (10) no Supremo Tribunal Federal (STF), às 9h.
A sessão desta manhã começa com o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) que é apontado por se colocar os militares à disposição para seguir ordens do decreto golpista.
Na segunda-feira (9), o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que também é delator do caso, foi ouvido pelos ministros. Depois dele, foi a vez do deputado federal Alexandre Ramagem ser ouvido. Até a próxima sexta-feira (13), os outros seis acusados serão interrogados, incluindo o ex-presidente Bolsonaro.
Aval à trama golpista
Segundo investigações da Polícia Federal e acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR), Garnier aderiu ao plano de golpe, e teria reafirmado seu posicionamento duas vezes.
Em dezembro de 2022, segundo a denúncia, o então comandante da Marinha colocou suas tropas à disposição de Bolsonaro para aplicar o golpe de Estado. Depois, em outra reunião no mesmo mês, confirmou seu aval à trama golpista.
As informações foram confirmadas à PF pelo ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior.
Julgamento
Na fase dos interrogatórios, o julgamento do "núcleo principal", tido como o principal da organização criminosa golpista, marca a reta final da instrução processual. São reunidas provas para embasar o julgamento.
Nos depoimentos, os réus podem responder às acusações e apresentar suas versões e possíveis provas sobre os fatos.
As sessões são conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Ele faz as primeiras perguntas, seguido pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e depois pelos advogados de todos os acusados.
Após o depoimento do delator Mauro Cid, os interrogatórios seguem em ordem alfabética. Como Alexandre Ramagem já foi ouvido, os próximos serão:
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Jair Bolsonaro, ex-presidente;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa do governo;
- Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa para a reeleição de Bolsonaro.