Ministro da Justiça, Flávio Dino
Tomaz Silva/Agência Brasil - 08/11/2023
Ministro da Justiça, Flávio Dino

Nesta quinta-feira (9), o  ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que nenhum representante de governo estrangeiro "pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal", ao falar sobre a Operação Trapiche, deflagrada nessa quarta (8) pela PF.

A ação tem o objetivo de "prevenir atos terroristas" no país e contou com a cooperação do Mossad, a agência de espionagem internacional de Israel, que ajudou a fornecer informações sobre as movimentações de pessoas ligadas ao  Hezbollah no Brasil.

"O Brasil é um país soberano. A cooperação jurídica e policial existe de modo amplo, com países de diferentes matizes ideológicos, tendo por base os acordos internacionais", afirmou Dino. "Nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil. E nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento", acrescentou.

O gabinete do  primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi quem informou que a agência israelense havia contribuído com as investigações da PF.

"As forças de segurança brasileiras, juntamente com o Mossad e os seus parceiros [...] e outras agências de segurança internacionais, frustraram um ataque terrorista no Brasil, planejado pela organização terrorista Hezbollah, dirigida e financiada pelo Irã", escreveu nas redes sociais.

No Twitter , Dino afirmou que as investigações ainda estão em andamento e que a PF será a responsável por investigar as suspeitas.

"Quem faz análise da plausibilidade de indícios que constam de relatórios internacionais são os delegados da Polícia Federal, que submetem pedidos ao nosso Poder Judiciário. Os mandados cumpridos ontem, sobre possível caso de terrorismo, derivaram de decisões do Poder Judiciário do Brasil. Se indícios existem, é DEVER da Polícia Federal investigar, para CONFIRMAR OU NÃO as hipóteses investigativas", disse o ministro.

Em publicação, o chefe da Justiça ainda afirmou que a conduta da PF acontece com base nas leis brasileiras e "nada tem a ver" com  conflitos internacionais.

"Não cabe à Polícia Federal analisar temas de política externa. As investigações da Polícia Federal começaram ANTES da deflagração das tragédias em curso na cena internacional. Apreciamos a cooperação internacional cabível, mas repelimos que qualquer autoridade estrangeira cogite dirigir os órgãos policiais brasileiros, ou usar investigações que nos cabem para fins de propaganda de seus interesses políticos", continuou.

Ele também ressaltou que a Polícia Federal vai apresentar ao Poder Judiciário os resultados "da investigação técnica, isenta e com apoio em provas analisadas EXCLUSIVAMENTE pelas autoridades brasileiras".

Nessa quarta-feira (8), a  Polícia Federal prendeu temporariamente dois homens financiados e aliciados pelo grupo radical libanês Hezbollah. Na operação, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Distrito Federal e Minas Gerais.

De acordo com a PF, o grupo pretendia atacar sinagogas e outros prédios da comunidade judaica brasileira. A investigação aponta para a possibilidade dos homens terem chegado ao Brasil já com informações sobre os locais planejados para os atentados.

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