Visita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, à unidade Yalam do Corpo de Engenharia
Kobi Gideon, GPO - 26.10.2023
Visita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, à unidade Yalam do Corpo de Engenharia

Ron Dermer, ministro dos Assuntos Estratégicos de Israel, declarou nesta segunda-feira (7) que o primeiro-ministro  Benjamin Netanyahu "não falou em ocupar Gaza" após o conflito, mas mencionou um "dilema" quando à região no pós-guerra. 

"Nós nos retiramos completamente de Gaza durante 17 anos e eles nos devolveram um estado terrorista. É óbvio que não podemos repetir isso", declarou em entrevista à MSNBC.

"Quem administrará Gaza? Se for uma força palestina que governa Gaza para o bem-estar dos seus habitantes e sem querer destruir o Hamas, então podemos conversar", disse ele.

Mesmo assim, ele deu uma declaração em linha com o que disse Netanyahu. "Israel deverá ter responsabilidade geral pela segurança por um período indefinido", declarou. 

Questionado sobre como seria essa "responsabilidade", Dermer disse que a questão ainda está em aberto, mas garantiu que “não será uma ocupação”.

"Não há absolutamente nenhuma dúvida sobre uma coisa: o Hamas não pode fazer parte da equação", acrescentou.

O porta-voz do Hamas, Abdel Latif al-Qanou, comeentou as declarações no Telegram e afirmou que “o que Kirby disse sobre o futuro de Gaza depois do Hamas é uma fantasia”.

"Nosso povo está em simbiose com a resistência e decidirá o seu futuro", escreveu.

Os Estados Unidos sugeriram a criação de uma coalizão internacional de países árabes para governar Gaza até que a Autoridade Palestina retome o poder. 

"Na nossa opinião, os palestinos deveriam estar na vanguarda dessas decisões, Gaza é território palestino e continuará sendo território palestino" disse o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, aos repórteres. "De modo geral, não apoiamos a reocupação de Gaza e Israel também não."

Ele disse ainda que, quando acabar a guerra, Gaza não pode retornar ao que era em 6 de outubro, um dia antes dos ataque do Hamas a Israel. 

"Israel e a região devem estar seguros e Gaza não deve e não pode mais ser uma base para lançar ataques terroristas contra o povo de Israel ou qualquer outra pessoa", disse ele.

O porta-voz do Hamas, Ghazi Hamad, também comentou as declarações de Patel. Segundo ele, os EUA estão "sonhando" quando falam em excluir o grupo considerado terrorista das eleições. 

"Acho que os americanos estão sonhando muito. Eles falharam no Iraque, no Afeganistão, na Somália... Agora querem reestruturar Gaza?"

Na segunda-feira, Netanyahu disse que Israel assumirá a "segurança geral" em Gaza "por um período indefinido" depois de terminar as suas operações, que agora entram no seu segundo mês.

"Vimos o que acontece quando não a temos", disse o primeiro-ministro ao apresentador da ABC, David Muir. "Quando não temos essa responsabilidade de segurança, vemos a erupção do terror do Hamas em uma escala que não poderíamos imaginar."

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