Nesta terça-feira (8), o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres chamou os atos antidemocráticos, registrados em 8 de janeiro, em Brasília, de "lamentáveis" e afirmou que tem interesse em esclarecer os ataques.
Durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), Torres disse que "sempre atuou de forma técnica" enquanto esteve no comando da segurança distrital.
"Sempre atuei de forma técnica e legalista. Quero dizer aos senhores e às senhoras membros desta CPI que estou aqui com espírito cooperativo", disse ele.
"Tanto quanto os senhores, tenho todo interesse em esclarecer os lamentáveis fatos do dia 8 de janeiro. Em todos os depoimentos que prestei, sempre me pautei na verdade e me coloquei à disposição das autoridades para cooperar naquilo que estivesse a meu alcance para elucidação dos fatos", acrescentou.
Torres é ouvido pela comissão na condição de testemunha, suspeito de omissão no enfrentamento dos atos golpistas, enquanto ele ainda ocupava cargo na capital federal. À época, ele tinha viajado para os Estados Unidos e, ao retornar ao Brasil, foi preso. Torres teve prisão decretada por maioria do Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, está sujeito a medidas cautelares.
O ex-ministro chegou ao Senado por volta das 8h50 e começou o depoimento pouco depois das 9h40. Na noite dessa segunda-feira (7), o ministro do STF Alexandre de Moraes concedeu o direito de Torres ficar em silêncio após pedido da defesa.