Anderson Torres embarca para Brasília escoltado pela polícia
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Anderson Torres embarca para Brasília escoltado pela polícia

Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal,  Anderson Torres, foi preso pela Polícia Federal na manhã deste sábado (14) após desembarcar de Miami, na Flórida, onde passava férias. 

Ele desembarcou em Brasília na manhã de hoje. Os agentes da PF o prenderam dentro da aeronave e o levaram para o 4º batalhão da Polícia Militar no Guará, região administrativa da capital federal. As informações são da analista de política da CNN Basília Rodrigues.

O ex-ministro de Bolsonaro se encontra com sua equipe de advogados antes de prestar seu primeiro depoimento.

Torres teve prisão decretada por maioria do STF (Supremo Tribunal Federal) após os atos terroristas em Brasília, em 8 de janeiro, que deixaram as sedes dos Três Poderes em pedaços. 

Ele exercia o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal na ocasião, mas foi exonerado no mesmo dia pelo governador afastado Ibaneis Rocha. 

A suspeita é que Torres, em conjunto com setores da Polícia Militar do DF e de militares, tenha ajudado a ação dos terroristas bolsonaristas. Ele nega.

"Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos", escreveu no dia em que teve sua prisão decretada.

Na oportunidade, ele chamou os atos antidemocráticos de "execrável episódio". "Em um caso de insanidade coletiva como esse, há que se buscar soluções coerentes com a importância da democracia brasileira", disse.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que caso Torres não voltasse até a próxima segunda-feira (16), pediria a extradição ao governo dos EUA.

Nove dos 11 ministros do Tribunal votaram por manter a prisão de Torres. Os ministros Edson Fachin, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Roberto Barroso, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber acompanharam o voto de Alexandre de Moraes, relator do processo.

Os únicos a divergir da prisão foram os ministros indicados por Bolsonaro, Nunes Marques e André Mendonça. 

O ex-ministro de Bolsonaro foi demitido da Secretaria de Segurança Pública do DF por ordem do governador, agora afastado, Ibaneis Rocha (MDB) no mesmo dia em que os extremistas invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF. 

Após prisão decretada, a Polícia Federal realizou busca e apreensão na casa de Torres e encontrou uma minuta de decreto em que o ex-presidente Jair Bolsonaro planejava intervir no processo eleitoral. 

Para juristas, essa pode ser a primeira prova material de que o governo cogitou golpe de Estado.

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