O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou os pedidos de revogação da prisão de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). O tenente-coronel terá que prestar um novo depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (30).
Cid vai prestar esclarecimentos sobre as investigações dos atos antidemocráticos, registrados em 8 de janeiro, em Brasília. Mensagens encontradas no celular dele mostram conversas com teor golpista com pessoas próximas a Bolsonaro.
A Polícia Federal identificou mensagens no celular do tenente-coronel que indicam um roteiro para um golpe de Estado
Nos textos, Cid foi cobrado por integrantes das Forças Armadas para convencer Bolsonaro a realizar um golpe de Estado, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022.
Além disso, uma espécie de roteiro para a instauração de um golpe de Estado foi encontrado no celular de Mauro Cid. Nele, dizia que Bolsonaro nomearia um interventor, que estaria no comando da Polícia Federal e poderia suspender atos que ele considerasse inconstitucionais.
Mauro Cid está preso desde 3 de maio, quando foi alvo de uma operação da Polícia Federal, e se manteve em silêncio durante depoimento que prestou à PF no mesmo mês. Ele é suspeito de fazer parte de um grupo que falsificava dados de vacinação contra a Covid-19 no Ministério da Saúde de integrantes da família dele e do ex-presidente.
Segundo a PF, isso ocorreu em dezembro de 2022, pouco antes de Bolsonaro e a família viajarem para a Flórida, nos Estados Unidos. A apuração dos policiais suspeita que tais informações foram inseridas no sistema com a intenção de beneficiar o ex-mandatário e a família e facilitar a entrada nos EUA.