O ministro da Educação, Camilo Santana , criticou nesta sexta-feira (27) a falta de transparência no repasse de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) durante o governo Jair Bolsonaro (PL) . Para ele, houve corrupção .
"O relatório levanta muitos questionamentos, sobretudo em relação à dinheirama do FNDE, repassada via orçamento secreto sem nenhuma transparência. E, sim, há ali vários indícios de fraudes, o que uma auditoria da Advocacia-Geral da União está aprofundando a meu pedido. Para mim, ficou claro que altos recursos foram canalizados atendendo a interesses políticos", disse Camilo em entrevista à Veja.
Sobre o retomamento de operações no FNDE, o ministro disse que está em fase de formação no ministério.
"Há uma área à frente da missão no FNDE, mas a verdade é que ainda estamos formando o time do ministério. É como trocar o pneu com o carro andando. Para se ter uma ideia, consegui hoje, semanas depois da posse, nomear uma parte de meus secretários", afirmou Santana.
Na gestão de Bolsonaro, o fundo foi alvo de uma investigação sobre suspeita de corrupção envolvendo o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e dois pastores lobistas que estariam envolvidos em um esquema para liberação de verbas do MEC. Eles foram presos em junho do ano passado.
O mandado de prisão preventiva expedido contra o ex-ministro informa que foi cometido crimes de:
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corrupção passiva;
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prevaricação;
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advocacia administrativa;
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tráfico de influência.
Após a prisão, o advogado de defesa do ex-ministro da Educação impetrou um habeas corpus com pedido de soltura, o que foi acatado pelo desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília.
Sobre o futuro da Educação, Camilo revelou a Veja que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "tem pressa" em fazer o ministério crescer. Para isso, Santana afirmou que irá considerar uma reforma no Ensino Médio e repensar a fórmula do Enem.
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