Nesta segunda-feira (20), o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva ( PT ), anunciou o senador eleito e ex-governador Camilo Santana (PT) como o novo responsável pelo Ministério da Educação na sua gestão, que se inicia a partir de janeiro de 2023.
Camilo Santana é natural da cidade do Crato, no Cariri, e tem 54 anos de idade. O petista, que é professor e engenheiro agrônomo, governou o Ceará de 2015 a abril de 2022.
Antes de governar o Ceará, Camilo Santana foi deputado estadual (2007-2011) e secretário estadual de Desenvolvimento Agrário (2007-2011) e de Cidades (em 2011) durante os governos de Cid Gomes (PDT).
O cearense Camilo Santana é considerado, atualmente, uma das principais lideranças do Partido dos Trabalhadores no Nordeste. Senador eleito com maior percentual de votos no Brasil, ele também governou o estado do Ceará por dois mandatos consecutivos, mantendo altos índices de popularidade.
Apesar de ser filiado ao PT, Camilo Santana já teve muita simpatia entre as lideranças do PDT. Considerado cria dos irmãos Ciro e Cid Gomes, ele já deixou de apoiar formalmente candidaturas do PT para auxiliar na campanha de candidatos do PDT.
Em 2016 e 2020, por exemplo, mesmo o PT tendo candidatura própria para a Prefeitura de Fortaleza, não entrou na campanha da correligionária Luizianne Lins. Apoiou informalmente a reeleição de Roberto Cláudio (PDT) e, quatro anos depois, da mesma forma, a caminhada vitoriosa de José Sarto (PDT) na capital cearense.
Durante a racha entre PT e PDT nas eleições de 2022, o petista foi fiel ao próprio partido e ficou ao lado de Lula.
Dada a sua escolha, o fato Camilo ser visto como a maior liderança política do Ceará pesou tanto para o resultado das eleições para governor do estado, Elmano de Freitas (PT), quanto para a expressiva votação que Lula recebeu no primeiro e no segundo turno do pleito.
Durante as duas gestões governamentais, a principal marca de Camilo Santana é a atuação na área de educação. Conseguiu ampliar a quantidade de escolas em tempo integral e virou referência no Brasil, acompanhando o trabalho de Izolda Cela, que também foi cotada para a pasta.
No fim de 2019 e início de 2020, passou pelo momento mais delicado do governo. Um motim de policiais militares por melhores salários ganhou o noticiário nacional e colocou em xeque a segurança pública no Ceará. A “rebelião” durou 13 dias.
No fim, Santana endureceu e encaminhou proposta de emenda à Constituição Estadual (PEC) proibindo a anistia de PMs amotinados. Há quem diga que o saldo para o então governador acabou sendo positivo porque teria mostrado firmeza a não ceder ao movimento considerado político. Adversários o criticam por ter deixado a situação chegar no limite.
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