O bolsonarista
que destruiu um relógio do século XVII no Palácio do Planalto
, no ato terrorista
de 8 de janeiro em Brasília, se silenciou ao prestar depoimento à Polícia Federal
na segunda-feira (23). Antônio Cláudio Alves Ferreira
, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL), foi preso no começo da semana e registrado no sistema prisional.
Ao iniciar o depoimento, Ferreira afirmou que iria “fazer uso do direito de permanecer em silêncio. Ele foi preso na tarde de ontem em Uberlândia e encaminhado para a delegacia da Polícia Federal. Na sequência, foi levado para o Presídio de Uberlândia I.
O bolsonarista é acusado de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa, dano qualificado, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido, golpe de estado e incitação ao crime.
Morador de Catalão, município de Goiás, Antônio Cláudio estava foragido desde o dia em que ocorreu o ato terrorista. Ele foi flagrado andando de carro 10 dias depois que ocorreram as ações antidemocráticas em Brasília.
O bolsonarista foi filmado jogando o relógio de Balthazar Martinot no chão e quebra a peça de mesa entregue ao imperador Dom João VI. O suspeito ainda tenta quebrar a câmera de segurança quando percebe que é filmado.
O relógio era uma peça original do século XVII e feito pelo relojoeiro do monarca francês Luiz XIV. A peça era uma das únicas existentes no mundo. O outro relógio está exposto no Palácio de Versalhes.
Prisões anteriores
Apoiador do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), Antônio Cláudio Alves Ferreira já tem passagens pela Justiça de Goiás, estado em que mora. Em 2014, o homem foi acusado duas vezes de ameaçar duas pessoas. Em um dos processos, a vítima optou por não levar o processo adiante após um acordo, enquanto no outro a acusadora não compareceu ao julgamento.
Já em 2017, Antônio foi preso em flagrante por tráfico de drogas. Ele chegou a ficar preso em um Centro de Detenção Provisória, mas a Justiça alterou a tipificação do crime para posse de drogas, o que fez ele cumprir uma pena alternativa. O processo foi arquivado no ano seguinte.
Ataques em Brasília
Antônio é suspeito de participar dos ataques antidemocráticos e terroristas em Brasília no último dia 8 de janeiro. Manifestantes invadiram e depredaram os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF. Eles protestam contra a vitória de Lula e o uso das urnas eletrônicas.
No dia anterior, caravanas de bolsonaristas chegaram à Brasília para o ato. O ministro da Justiça, Flávio Dino, chegou a solicitar o uso da Força Nacional para manter a segurança da Praça dos Três Poderes.
No Congresso, os manifestantes vandalizaram o salão verde da Câmara dos Deputados e invadiram o plenário do Senado. Já no Planalto, os suspeitos quebraram portas e tentaram invadir o gabinete presidencial.
Na Suprema Corte, os manifestantes tentaram invadir os gabinetes dos ministros, quebraram as portas dos armários onde ficam as togas, além de quebrar vidraças e vandalizar a fachada do prédio.
Cerca de mil pessoas foram presas e levadas para a carceragem da Polícia Federal na capital. Algumas já foram liberadas por decisões do STF, enquanto outros ainda aguardam o pedido de habeas corpus.
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