Lula durante entrevista no Jornal Nacional
Reprodução/Twitter @LulaOficial - 25.08.2022
Lula durante entrevista no Jornal Nacional

Durante a sabatina do Jornal Nacional, da Rede Globo, nesta quinta-feira (25), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a citar mais de 10 vezes, no decorrer das respostas, seu atual vice-presidente na chapa à Presidência da República Geraldo Alckmin. Em uma das falas, Lula diz estar 'até com cíumes' de Alckmin e aponta que o político, que já foi seu rival no passado, é extremamente 'esperto e habilidoso'.

Ao explicar por que quer voltar à Presidência, o petista afirma que pode fazer melhor a partir de 2023, garantindo, ao citar Alckmin, que a 'grande experiência' do ex-governador de São Paulo será um complemento caso seja eleito.

"Sabe por que eu estou querendo voltar? Porque eu quero ser melhor do que eu fui. Eu quero ser melhor. Eu quero voltar porque eu quero fazer coisas que eu deveria ter feito, mas não sabia que era possível fazer. É por isso que eu fui escolher o Alckmin de vice, para juntar duas grandes experiências na minha vida: um cara que foi governador de São Paulo 16 anos, e vice seis anos, e o cara que foi considerado o melhor presidente da história do Brasil. Esses dois que vão governar este país", disse.

Ao falar de economia

"Você sabe, eu vou terminar dizendo o seguinte: nunca antes na história do Brasil esse governo teve uma chapa como Lula e Alckmin para poder ganhar credibilidade interna e externa para fazer acontecer as coisas no Brasil", e continua.

"Não, eu pretendo fazer uma gestão de acordo com aquilo que nós construímos. Eu, hoje, tenho dez partidos junto comigo e ainda tenho a experiência do ex-governador Alckmin comigo. Muita gente pensava, uns anos atrás, que era impossível Lula se juntar com Alckmin, e eu me juntei para dar uma demonstração para a sociedade brasileira que política não tem que ter ódio, política, sabe, é a coisa mais extraordinária para você estabelecer convivência entre os contrários."

Corrupção

No decorrer da entrevista, o petista é questionado por Renata Vasconcellos sobre o tema corrupção, então, ataca o atual mandatário do país e cita por diversas vezes Geraldo Alckmin durante a resposta. 

"Isso não é moeda de troca, Renata, isso aqui é usurpação do poder. Ou seja, acabou o presidencialismo, o Bolsonaro não manda nada. O Bolsonaro é refém do Congresso Nacional. O Bolsonaro sequer cuida do orçamento, Renata, sequer cuida do orçamento. O orçamento quem cuida é o Lira. Ele que libera verba. O ministro liga para ele, não liga para o Presidente da República. Isso nunca aconteceu desde a Proclamação da República. E eu tenho consciência que uma das tarefas minhas e do Alckmin, se a gente ganhar, é a gente tentar, primeiro, trabalhar durante o processo eleitoral para que a gente eleja muitos deputados e muitos senadores com outra cabeça; segundo, acabar com essa história de semipresidencialismo, de semiparlamentarismo no regime presidencial."

"Bonner, nós não estamos vivendo no mesmo mundo. Eu estou até com ciúme do Alckmin. Você tem que ver que sujeito esperto e habilidoso."

Não teve vaia pra ele? perguntou o Bonner.

"Ele fez um discurso, no dia 07 de maio, sabe, quando ele foi apresentado oficialmente ao PT, que eu fiquei com inveja, ele foi aplaudido de pé. Pergunta para a esposa dele, para a dona Lu, que anda com a Janja, para ver como ela está gostando da coisa. O Alckmin já foi aceito pelo PT, de corpo e alma. Sabe? O que eu não quero é que o PT peça para ele se filiar porque a gente não quer brigar com o PSB, mas o Alckmin é uma pessoa que vai me ajudar. Eu tenho 100% de confiança que a experiência dele como governador de São Paulo e, depois, mais seis anos como vice do Mário Covas vai me ajudar a consertar esse país. É a única razão pela qual eu quero voltar a ser presidente, é a de consertar esse país."

Intolerância

Em outro momento, respondendo sobre divergências políticas, Lula cita Alckmin novamente e afirma que no passado a polarização em PT e PSDB era 'saudável', pois, se tratavam como rivais e não inimigos. Logo depois, aponta que a junção dos dois em uma mesma chapa é para 'vencer o antagonismo do fascismo, da ultradireita'.

"Bonner, feliz era o Brasil e a democracia brasileira quando a polarização nesse país era entre PT e PSDB. A gente era adversário político, a gente trocava farpas, mas se a gente se encontrasse no restaurante, não tinha nenhum problema de tomar uma cerveja com o Fernando Henrique Cardoso, com o José Serra ou com o Alckmin, porque a gente não se tratava como inimigo, a gente se tratava como adversário. Sabe?"

"Se tem uma coisa que eu aprendi a fazer foi negociar, foi conversar com os contrários. Tem uma frase do Paulo Freire que é fantástica, que eu utilizei para mostrar aos militantes do PT a entrada de Alckmin no PT. De vez em quando, a gente precisa estar junto com os divergentes para vencer os antagônicos. E agora, nós precisamos vencer o antagonismo do fascismo, da ultradireita."

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