O ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB) , afirmou nesta terça-feira (26) ter confiança no apoio do PSDB em torno de seu nome para as eleições deste ano. Segundo Doria, uma reunião será realizada nesta terça para definir as condições das candidaturas.
Em visita à Agrishow, feira do agronegócio realizada em Ribeirão Preto (SP), Doria disse que a disputa dentro do partido está "pacificada" e ressaltou as negociações em andamento.
"Absoluta certeza e absoluta tranquilidade na conduta do Bruno Araújo no entendimento com os demais partidos", disse.
Doria tem enfrentado resistência dentro e fora do PSDB nas últimas semanas. O presidente do partido, Bruno Araújo, ironizou o fato de não ser mais coordenador de campanha do ex-governador.
Araújo ainda negocia com MDB, Cidadania e União Brasil o lançamento de candidatura única para fazer frente à Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT). Além de João Doria, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o deputado federal Luciano Bivar (União Brasil-SP) estão na disputa. O ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite , ainda corre por fora na concorrência.
Em conversa com fontes na tarde desta terça, o iG apurou que a chance de Doria ser cabeça de chapa está cada vez menor. Segundo interlocutores que participaram das reuniões, Doria tem pouca aprovação do público e poderia minar a candidatura da frente ampla.
"De 0 a 10, a situação crítica de Doria chegou em 8", disse uma das fontes ouvidas pelo iG .
"Política pode mudar tudo, mas, atualmente, ele não deve ser o candidato", disse um interlocutor que presenciou as negociações.
Ao ser questionado se aceitaria ser vice em uma chapa, Doria desconversou e reafirmou ser o candidato certo.
"A evolução do diálogo é que vai permitir a dosagem daquilo que caberá a cada partido e candidato. Não sou candidato do PSDB ou próprio, nossa candidatura representa um interesse maior, que é o do Brasil e dos brasileiros".
Doria ainda comentou as condições para escolher o candidato entre a frente ampla. Os quatro partidos têm colocado em mesa pesquisas quantitativas e qualitativas para definir um nome para as eleições. Para ele, os partidos devem ir além dos levantamentos e considerar a capacidade de gestão na hora de fechar a candidatura.
"Eu acho que tem que ser um conjunto de valores. Pesquisa quantitativa é essencial, ela reproduz o interesse do eleitor em votar ou não votar. A qualitativa também [é importante] e eu diria até a qualificação. A experiência de gestão, experiência administrativa, porque isso é que vai valer nos debates e apresentações do horário eleitoral", concluiu.