Um grupo de tucanos de São Paulo pediu a impugnação da filiação de Joice Hasselmann ao PSDB em razão das críticas que ela fez ao ex-prefeito Bruno Covas durante a campanha eleitoral de 2020. Eleita pelo PSL (hoje União Brasil após fusão com o DEM), a deputada federal deu entrada no partido no início de março, de acordo com o diretório paulistano.
A oposição a Joice vem de diversos membros do partido como o ex-vereador Tião Farias, que foi braço direito do ex-governador Mário Covas, e o secretariado de mulheres. Filho de Bruno então com 16 anos, Tomás Covas já havia manifestado repúdio nas redes sociais à chegada de Joice. Numa publicação de boas-vindas à parlamentar no perfil oficial do PSDB no Instagram, em outubro de 2021, após ela anunciar sua ida à legenda, ele comentou "vergonha" seguido de três emojis de vômito.
Candidata à Prefeitura em 2020, Joice passou a campanha atirando contra os adversários, inclusive o então prefeito. Uma das cenas mais icônicas de que os tucanos consideram desrespeito a Bruno se deu num debate televisivo às vésperas do primeiro turno, quando Joice insinuou ao vivo uma rima maliciosa contra o tucano. Ao questioná-lo sobre o valor do IPTU na cidade, a deputada cantou uma música com os versos: "Para de aumentar o IPTU. Ei, prefeito, vai tomar vergonha".
O pedido de impugnação envolve também o advogado Diogo da Luz, candidato ao Senado pelo Partido Novo em 2018. Tucanos fizeram chegar ao presidente municipal do PSDB, Fernando Afonso, prints de comentários ofensivos feitos por Da Luz contra Covas e o governador João Doria, corroborando a campanha para impedi-lo de entrar no partido.
"Não posso eu mesmo encaminhar os pedidos de impugnação porque sou juiz do caso, mas a vontade era eu assiná-los. Não dá (para aceitar Joice Hasselmann e Diogo da Luz), se não vira várzea", afirmou Afonso.
Bruno morreu em maio de 2021 em decorrência de um câncer, meses após derrotar Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno da eleição e se reeleger prefeito de São Paulo. Era neto de Mário Covas, que governou o estado entre 1995 e 2001, quando precisou se afastar para tratar do câncer que também o acometeu.
O GLOBO ainda não conseguiu contato com Joice Hasselmann.
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