A ministra Damares Alves , da pasta da Mulher, Famíllia e Direitos Humanos, estabeleceu o dia 10 de fevereiro como data limite para ela tomar uma decisão sobre seu futuro político. Damares é cotada para disputar o Senado por São Paulo ou Amapá, mas também não descarta concorrer a uma vaga na Câmara de Deputados.
A definição, contudo, será tomada com o presidente Jair Bolsonaro e com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, pré-candidato ao governo de São Paulo, o que pode fazer Damares adiar sua decisão. Pelas regras eleitorais, ministros precisam se descompatibilizar dos cargos até o início de abril para saírem candidatos.
A interlocutores, a ministra tem demonstrado entusiasmo com o resultado de enquetes na internet que a colocam bem posicionada na corrida eleitoral nos dois estados e diz que, se eleita, vai querer disputar a presidência do Senado. Porém, segue afirmando que nunca teve a pretensão de disputar um cargo eletivo.
Damares tem ponderado que, se não sair candidata, poderá contribuir para ajudar eleger aliados em diversos estados, entre eles Pará e Roraima. Além disso, o entorno presidencial aponta que a participação da ministra na campanha reforça o compromisso de Bolsonaro com as pautas de costumes e conservadoras.
Outra decisão que a ministra deve tomar em breve é o partido a qual se filiará, caso queira concorrer. A mais popular entre os ministros de Bolsonaro, Damares tem convites do PP, PL e PTB, mas tem preferência pelo Republicanos, sigla ligada à Igreja Universal.
Damares foi citada como possível candidata ao senado por Bolsonaro em uma entrevista no dia 19 de janeiro. A conversa com a ministra havia ocorrido horas antes da declaração no gabinete presidencial.
"Posso adiantar uma possível senadora pra São Paulo. Ministra Damares. Possível candidata ao senado, não tá batido o martelo não. O convite foi feito, o Tarcísio gostou dessa possibilidade. Conversei com a Damares e ela ainda não se decidiu", afirmou em entrevista à " Jovem Pan News ".
A possibilidade de Damares concorrer ao Senado gerou reação imediata em São Paulo. No estado, o empresário Paulo Skaf (MDB), ex-presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), quer sair como candidato a senador ao lado de Tarcísio de Freitas e com a chancela de Bolsonaro.
A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) também vinha trabalhando para ter o apoio de Bolsonaro. Após a possibilidade Damares se candidatar, a parlamentar reagiu nas redes sociais : “Com a habilidade que Bolsonaro tem para re(unir) a direita, em 23, teremos um Senado vermelho, para dar sustentação a Lula”, disse Janaina.
A possibilidade da chefe da pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos também embaralha a disputa política no Amapá. Com o apoio dos evangélicos, Damares passou a ser vista como uma opção para tirar a vaga que hoje é ocupada pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Alcolumbre adiou por quatro meses a sabatina do ministro André Mendonça , indicado por Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal . Mendonça foi uma promessa do presidente a religiosos de que indicaria um nome “terrivelmente evangélico” para a Corte .