O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado desistiu de ver o prosseguimento da investigação sobre a contratação do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro pela consultoria americana Alvarez e Marsal. Nesta segunda-feira (31), ele pediu que o Tribunal de Contas da União (TCU) arquive a apuração aberta após seu pedido.
No parecer enviado ao ministro Bruno Dantas, relator do inquérito, Furtado argumentou que a investigação perdeu a finalidade depois que Moro divulgou os valores que recebeu e disponibilizou documentos relacionados ao contrato.
Pré-candidato à Presidência da República, o ex-juiz fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais na última sexta (28) para apresentar os valores. Moro conta que ganhou R$ 3,65 milhões por 11 meses de trabalho
na empresa.
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Seus ganhos entraram na mira porque a Alvarez e Marsal é responsável por administrar a recuperação judicial da Odebrecht e outras empresas que foram alvo da Operação Lava Jato. Em meio a isso, o ex-juiz se defende
ao dizer que atuou na área de Disputas e Investigações, dedicada a prestar assistência no desenvolvimento de políticas anticorrupção. De acordo com o ex-juiz, os departamentos não se misturam e possuem até CNPJ diferente.
Quanto à investigação, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, antes de Moro revelar seus ganhos, o subprocurador até pediu autorização para acionar o Banco Central e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) , a fim de obter a documentação interessada. Com a mudança de cenário, ele passou a defender o arquivamento do caso e o envio das conclusões à Receita Federal.