O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou com seus apoiadores na saída do Alvorada nesta segunda-feira (22) e comentou os problemas enfrentados pelo PSDB na votação das prévias presidenciais. O mandatário aproveitou sua fala para criticar o voto impresso.
"Não vou falar disso [nas prévias do PSDB] porque não tenho nada a ver com o partido, mas deu confusão em São Paulo ontem. É o tal do voto eletrônico, né", afirmou o presidente.
O mandatário seguiu com tom crítico ao atual sistema de votação e ressaltou que as mudanças realizadas pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, tornaram "quase impossível" a possibilidade de haver fraude eleitoral.
"Questão do voto eletrônico, não vou entrar em detalhes. Mas o ministro Barroso, que é o presidente [do Tribunal Superior Eleitoral], emitiu uma portaria e convidou umas 10 instituições para participar das eleições do ano que vem, entre elas uma tal de Forças Armadas. Então nós vamos participar da primeira fase, lá do código fonte, até a sala secreta. Então não vai ter problema. O ideal é o voto no papel, impresso no papel, mas agora fica quase impossível uma fraude porque não haverá cooptação de militar nessa questão", opinou o capitão do Exército.
Em relação às eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro afirmou que o pleito trata-se de um "self-service". "Temos 10 produtos na mesa. Uns oito são tóxicos, tem uns oito que estão estragados".
Questionado sobre uma possível mudança do sistema eleitoral para o sistema semipresidencialista - defendido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira -, Bolsonaro disse que a proposta é "idiota".
"Tem certas coisas que são tão idiotas, que não dá nem para discutir. Não vou bater boca com ninguém sobre esse assunto Coisa idiota, idiota. Se você for levar ao pé da letra o semipresidencialismo, ou outro regime parecido, eu teria poder para dissolver o Congresso. Você começa a discutir quem veio primeiro: o ovo ou a galinha? Não vai chegar a lugar nenhum", opinou.
Bolsonaro também falou sobre a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e as possíveis interferências do governo na realização da prova. "Estão acusando o ministro Milton [Ribeiro] de ter interferido na elaboração das provas. Se ele tivesse essa capacidade, não teria nenhuma questão de ideologia nesse Enem, que teve ainda. Você é obrigado a aproveitar questões de bancos de dados de exames anteriores. É obrigado a aproveitar. Agora, dá para mudar? Já está mudando. Linguagem neutra, não tem mais".
Por fim, o presidente preferiu não opinar sobre a realização do carnaval no próximo ano. "Olha o carnaval agora, falam para eu me posicionar sobre o carnaval. Não vou me posicionar. O que eu faço, governador e prefeito pode desfazer. Quem deu essa autonomia, você sabe quem foi".