O apoio de aliados do ex-prefeito Bruno Covas , morto de câncer em maio , tem movimentado os grupos dos governadores João Doria, de São Paulo, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, nas prévias do PSDB . O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio também participa das primárias, mas faz campanha mais discreta.
Familiares e amigos de Covas assinaram ontem um manifesto em defesa da candidatura de Doria, conforme antecipado pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e confirmado pelo GLOBO. O apoio ao governador paulista foi endossado por Tomás Covas, filho do ex-prefeito; Renata Covas, mãe de Bruno; Gustavo Pires, ex-secretário; o presidente municipal da sigla, Fernando Alfredo, além de outros dirigentes partidários e vereadores tucanos de São Paulo.
A divulgação do manifesto foi uma reação a uma tentativa do governador gaúcho de conquistar apoios na ala covista do partido. Nesta semana, o secretário municipal de Habitação, Orlando Faria, foi exonerado do cargo após declarar apoio a candidatura de Leite. Faria tem dito em entrevistas que saiu por pressão do entorno de Doria, embora o prefeito Ricardo Nunes (MDB) negue.
Pires afirma que Leite conseguiu apenas apoio isolado entre pessoas próximas a Covas e negou que o prefeito de São Paulo tenha sido pressionado a retaliar vozes que se opõe a Doria:
"O grupo do Bruno Covas em sua maioria está apoiando Doria e o vice-governador Rodrigo Garcia na eleição estadual", afirmou Pires, que seguiu: "Em momento algum o prefeito deu alguma orientação referente a disputas partidárias ou fez algum tipo de pressão. Pelo contrário, nós falamos sobre a nossa gestão na prefeitura de São Paulo".
O filho do ex-prefeito, Tomás Covas ingressou no PSDB em agosto, quando passou a fazer um estágio na gestão Doria . Na ocasião, ele disse ao GLOBO que não votaria nas prévias, já que entrou no partido após 31 de maio, data limite para que filiados possam votar.
"Assinei esta carta de apoio a João Doria, pois ele era o provável candidato que meu pai apoiaria nas prévias do PSDB. Doria foi quem comprou a briga para que meu pai fosse seu vice, contrariando grandes figuras do partido e montando uma chapa pura nas eleições de 2016", disse Tomás, lembrando-se das eleições municipais de 2016.
"Quero ressaltar que meu pai tinha também um grande respeito e uma questão ideológica muito similar a de Eduardo Leite o qual é um grande quadro do PSDB", completou.