O Supremo Tribunal Federal (STF) também pediu a reserva de 7 mil doses da CoronaVac , vacina produzida pela biofarmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan , que é ligado ao governo do estado de São Paulo . A solicitação da mesma quantidade de doses já havia sido feita para a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que tem a tecnologia para produzir o imunizante da Universidade de Oxford . As informações são do jornal Folha de S.Paulo .
O ofício de solicitação foi enviado ao diretor do Instituto Butantan, o médic o Dimas Covas
, no mesmo dia em que também foi encaminhado o da Fiocruz, em 30 de novembro.
No documento, o STF usa argumentos semelhantes para obter a reserva e diz que a ação tem dois objetivos principais. O primeiro seria a imunização do maior número possível de trabalhadores, que desempenham papel fundamental no país e têm entre suas autoridades e colaboradores uma parcela considerável de pessoas classificadas como integrantes de grupos de risco.
O segundo é que a realização da campanha pelo tribunal seria uma forma "de contribuir com o país nesse momento tão crítico da nossa história, pois ajudará a acelerar o processo de imunização da população e permitirá a destinação de equipamentos públicos de saúde para outras pessoas, colaborando assim com a Política Nacional de Imunização".
O ofício é assinado pelo diretor-geral do STF, Edmundo Veras dos Santos Filho e foi encaminhado a Paulo Luis Capelotto, diretor jurídico do Butantan.
Você viu?
O presidente do STF, ministro Luiz Fux, mandou exonerar o secretário de serviços integrados de saúde da Corte, Marco Polo Dias Freitas
, que, segundo ele, foi o autor do pedido feito à Fiocruz. Segundo o presidente do STF, a solicitação foi feita sem o seu conhecimento.
"Foi um choque para mim [o pedido]. Não é do meu feitio fazer isso. Foi uma falta de noção, um pedido inoportuno. Estamos em videoconferência, não havia necessidade disso. Foi agressivo", disse Fux.
No último dia 23, o presidente do STF havia defendido a medida , em entrevista à TV Justiça. Na ocasião, ele ressaltou a preocupação de não parar as instituições fundamentais do Estado, nem o Executivo, nem o Legislativo, nem o Judiciário, “normalmente integrados por homens e mulheres que já têm uma certa maturidade".
Nesta terça-feira (29), Marco Polo Dias Freitas afirmou que nunca realizou ato sem a ciência de seus superiores . O funcionário ocupava o cargo de secretário de Serviços Integrados de Saúde da Corte há seis anos.
O governo de São Paulo pretende iniciar a vacinação no dia 25 de janeiro, com as 10 milhões de doses já em território brasileiro da Coronavac.