Lava Jato pede para que investigações contra Serra sejam retomadas

Procuradores do MPF de SP afirmam que operação apura irregularidades no período em que Serra era governador e, por isso, não ferem o foro privilegiado
Foto: Lula Marques/Agência PT - 28.9.17
Senador José Serra (PSDB-SP) é alvo de investigação sobre caixa dois da Odebrecht

A Força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público em São Paulo (MPF) pediu, nesta sexta-feira (31), à Procuradoria-Geral da República (PGR), para que as investigações contra o ex-governador  José Serra sejam retomadas.

O senador e ex-governador do estado é  acusado pelo crime de lavagem de dinheiro, enquanto ainda era governador de SP, mas teve as investigações suspensas  após o juiz federal Diego Paes Moreira suspender a ação penal contra ele, depois que o  ministro Dias Toffoli ordenou a suspenção de todas as investigações da Lava Jato sobre o senador.

No ofício enviado à PGR, a força-tarefa da Lava Jato afirmou que "o desfecho da reclamação mostra-se essencial não apenas para que as investigações do citado esquema de lavagem de Capitais sejam retomadas, mas também para que seja retomada a própria ação penal que, em relação a uma parte dele, já havia sido instaurada", diz o documento do MPF.

A alegação é também de que as irregularidades cometidas por Serra foram no período em que ele era governador do estado e que, por isso, a justificativa de foro privilegiado, apresentada pela defesa e endossada com as suspenções, por ele hoje ser senador não se aplicariam para impedir o prosseguimento das investigações.

Investigações

Segundo apuração do MPF,  a empreitera Odebrecht pagou a José Serra cerca de R$ 4,5 milhões entre 2006 e 2007, para ele usar na campanha ao governo do estado de SP. Além disso, cerca de R$ 23 milhões foram pagos, entre 2009 e 2010, para a liberação de créditos com a Dersa, empresa paulista já extinta, por obras em trechos do rodoanel.