O senador José Serra (PSDB-SP) e o fundador da empresa Qualilcorp estariam "no topo da cadeia criminosa" do suposto caixa 2 durante a campanha do tucano em 2014, afirmou o investigador da Polícia Federal (PF) Milton Fornazari Júnior. Ele foi o responsável pela operação cotra o senador que ocorreu nesta terça-feira (21).
"No topo da cadeia criminosa tem o acionista controlador [da Qualilcorp] e, no topo do político, temos o então candidato [José Serra
]", afirmou o investigador da PF em coletiva de imprensa.
O investigador explica que o fundador da Qualicorp , o empresário José Seripieri Filho, "fornecia os números de contato dos intermediários do candidato, e o grupo encarregado de pagar entrava em contato [com o grupo de Serra] e fazia reunião para convergir sobre como os repasses seriam feitos".
O agente da PF explica que houve a tentativa de "dissimular a origem ilícita dos valores repassados ao então candidato em 2014" e que agora eles vão "aprofundar essa investigação para saber se os repasses foram apenas para doação eleitoral ou visando uma contrapartida".
O senador José Serra foi alvo de mandados de busca e apreensão, na manhã desta terça (21), dentro da investigação sobre suposto caixa 2 durante sua campanha ao Senado em 2014. A operação faz parte da terceira fase da Operação Lava Jato com a Justiça Eleitoral de São Paulo.
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Serra nega
José Serra chamou de "abusiva" a operação contra ele e alega que "jamais recebeu vantagens indevidas". Confira a nota divulgada por sua assessoria de comunicação:
"O senador José Serra foi surpreendido esta manhã com nova e abusiva operação de busca e apreensão em seus endereços, dois dos quais já haviam sido vasculhados há menos de 20 dias pela Polícia Federal. A decisão da Justiça Eleitoral é baseada em fatos antigos e em investigação até então desconhecida do senador e de sua defesa, na qual, ressalte-se, José Serra jamais foi ouvido.
José Serra lamenta a espetacularização que tem permeado ações deste tipo no país, reforça que jamais recebeu vantagens indevidas ao longo dos seus 40 anos de vida pública e sempre pautou sua carreira política na lisura e austeridade em relação aos gastos públicos. Importante reforçar que todas as contas de sua campanha, sempre a cargo do partido, foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.
Serra mantém sua confiança no Poder Judiciário e espera que esse caso seja esclarecido da melhor forma possível, para evitar que prosperem acusações falsas que atinjam sua honra".