O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello prorrogou, por mais 30 dias, o inquérito que apura suspeita de interferência de Bolsonaro na Polícia Federal. A investigação teve início após o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro sair do governo .
O inquérito já havia sido prorrogado no início de junho . Entre as diligências pendentes está o depoimento do próprio Bolsonaro, conforme pedido da Polícia Federal. A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem até esta sexta-feira para se manifestar sobre o depoimento de Bolsonaro à PF e opinar sobre ele ocorrer por escrito ou presencial. A decisão final cabe a Celso de Mello.
Celso de Mello é o relator do inquérito que investiga se o presidente interferiu na PF. Ele tem duas opções pela frente. Pode repetir o gesto do também ministro do STF Luís Roberto Barroso, que em 2017 permitiu que o então presidente Michel Temer prestasse esclarecimentos por escrito em inquérito no qual era investigado, ou determinar que ele preste um depoimento presencial.
Embora não exista regra jurídica para oitava quando o presidente da República é investigado, Aras deve seguir jurisprudência recente do STF no caso de Michel Temer. Pela decisão, em 2017, Temer deveria responder às questões dos investigadores no prazo de 24 horas. Temer foi investigado no STF a partir da delação dos executivos da JBS.
Em determinação anterior, tomada no mesmo inquérito, Celso disse entender que não é possível colher o depoimento por escrito. Nessa decisão, de 5 de maio, ele fez a consideração "para efeito de mero registro", ou seja, ainda não havia um caso concreto para analisar.