A comunicação do governo Jair Bolsonaro (PSL) vai ganhar um novo integrante. O jornalista Paulo Fona, de 65 anos, vai deixar seu posto de assessor parlamentar júnior da liderança do PSB no Senado para comandar a Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto, a partir da próxima quinta-feira, dia 1º de agosto.
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O nome do jornalista para integrar a equipe de Bolsonaro foi oficializado nesta quinta-feira (25) pela Secretaria Especial de Comunicação (Secom). O cargo estava vago desde o mês passado, quando o jornalista Fernando Diniz pediu exoneração por divergências com o chefe da Secom, Fabio Wajngarten.
A escolha ocorre após a mais recente polêmica na comunicação do Planalto , gerada pela participação de Bolsonaro em cafés da manhã com jornalistas. Responsável por organizar os encontros, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros , se tornou alvo de críticas de aliados , entre eles o filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), e o deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP). Rêgo Barros e Wajngarten protagonizam uma disputa interna pela relação com a imprensa.
Fona contou que foi convidado oficialmente na quarta-feira por Wajngarten e pelo ministro Luiz Eduardo Ramos , da Secretaria de Governo, a qual está subordinada a Secom. Ele e o secretário já vinham conversando nas últimas semanas. O jornalista relatou ainda que foi orientado pelo ministro a trabalhar de forma conjunta com o porta-voz, com quem também conversou na quarta.
"A ideia é trabalhar junto com toda a equipe. A orientação foi trabalhar continuamente com o porta-voz", comentou Fona. "É um grande desafio e me sinto bastante motivado", acrescentou.
Com quase 40 anos de carreira, Paulo Fona já foi secretário de comunicação e porta-voz de dois governos do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB) e Rodrigo Rollemberg (PSB). Ele também comandou a comunicação do governo Yeda Crusius (PSDB), no Rio Grande do Sul, e campanha eleitoral do atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), para o Senado, em 2014.
O futuro secretário, a quem caberá cuidar do relacionamento com repórteres que acompanham o dia-a-dia da Presidência, também tem experiência na imprensa. Passou pelos jornais O Estado de São Paulo , Correio Braziliense , Jornal do Brasil e Última Hora . Pelo último, já extinto, cobriu o Palácio do Planalto no final da década de 1970. O jornalista também trabalhou na revista IstoÉ .
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O posto também havia ficado vago no começo do governo Bolsonaro , até ser ocupado pelo coronel do Exército Alexandre Lara, que foi nomeado em 20 de fevereiro e exonerado em maio. Assessor do secretário de Previdência Social, Rogério Marinho, Fernando Diniz, assumiu em junho e pediu demissão menos de um mês depois.