Deputados fazem fila à porta da CCJ da Câmara antes de audiência com Moro
Reprodução/Twitter
Deputados fazem fila à porta da CCJ da Câmara antes de audiência com Moro

Quatro horas antes do horário previsto para o início da audiência com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro , nesta terça-feira (2), parlamentares já faziam fila à porta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

Na sala da comissão, a partir das 14h, Moro prestará esclarecimentos aos deputados sobre conversas suas com o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, divulgadas desde o mês passado pelo site The Intercept Brasil .

Por volta de 10h15, uma longa fila de deputados alinhados ao governo e da oposição já despontava na porta da sala da CCJ. Alguns aguardavam o evento sentados em cadeiras, outros guardavam lugar em pé. A inscrição dos parlamentares para fazer perguntas a Moro na audiência deve ser feita por ordem de chegada, em alternância de partidos.

O site Intercept publica, desde o mês passado, uma série de reportagens que apontariam um conluio com a acusação em processos que o ex-juiz julgou na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba. Moro e Dallagnol contestam a autenticidade das conversas e negam irregularidades .

O hoje ministro chegou a combinar com deputados que falaria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara no dia 24 de junho, mas desmarcou a audiência . Na ocasião, ele viajou aos Estados Unidos em visita oficial a órgãos de segurança e de inteligência, mas não informou detalhes de sua agenda.

A CCJ da Câmara havia aprovado um requerimento que convidava o ministro a prestar esclarecimentos sobre o caso em debate conjunto com as comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Direitos Humanos e Minorias; e de Fiscalização Financeira e Controle. O ministro se disse disposto a falar aos deputados nesta terça-feira.

Moro será ouvido e questionado pelos deputados dois dias depois de receber  homenagens e manifestações de apoio em atos pelo país neste domingo. Apoiadores do ministro e do governo de Jair Bolsonaro foram às ruas de ocorreram em 88 cidades de 26 estados e Distrito Federal com faixas de exaltação ao ex-juiz e à Operação Lava Jato.

Na CCJ do Senado , durante as nove horas de audiência no dia 19 de junho, Moro se manteve firme no discurso de que não podia confirmar a autenticidade das mensagens, mas afirmou que 'se houver irregularidade' ele sai do cargo . Disse que não mais as tinha no celular e levantou dúvidas sobre adulterações parciais ou totais no conteúdo. Ainda assim, afirmou aos senadores não ver infrações divulgadas. Ele negou conluio com Dallagnol e denunciou a invasão de suas comunicações.

Os editores do Intercept ressaltam que o conteúdo das mensagens é autêntico e apontam que nem Moro nem os procuradores citados mostraram evidências de adulteração das mensagens até o momento.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!