Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro foi flagrado em conversas com procuradores da Lava Jato
Marcelo Camargo/Ag Brasil - 1.7.19
Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro foi flagrado em conversas com procuradores da Lava Jato

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, participa às 14h desta terça-feira (2) de audiência conjunta  das comissões do Trabalho e dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados para prestar explicações a respeito de conversas mantidas entre ele e integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato. Os diálogos que levantam suspeitas sobre a atividade do ex-juiz de Curitiba passaram a ser divulgados no úiltimo dia 9 pelo site The Intercept Brasil .

O convite ao ministro Sergio Moro foi apresentado pelos deputados Darcísio Perondi (MDB-RS), Bia Kicis (PSL-DF) e Delegado Waldir (PSL-GO) e  aprovado na semana passada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) defendia a aprovação de outro pedido, para convocar Moro. A diferença entre convite e convocação é que, no segundo caso, a ausência configura crime de responsabilidade.

Leia também: "Brasil precisa mais de Moro e menos de Lula", diz Doria ao homenagear ministro

Esta será a segunda vez que o ministro vai ao Congresso para prestar esclarecimentos sobre os diálogos mantidos especialmente com o coordenador da força-tarefa da Lava Jato , o procurador Deltan Dallagnol. No dia 19,  Moro foi ao Senado e passou quase nove horas respondendo a perguntas e acusações dos parlamentares. Na ocasião, o ministro não confirmou a veracidade das informações publicadas pelo Intercept Brasil e reconheceu a possibilidade de deixar o cargo. 

O fundador do  The Intercept Brasil , o jornalista Glenn Greenwald, foi à Câmara na semana passada , quando reafirmou que houve conluio entre o ex-juiz e os procuradores que atuam em Curitiba. Segundo Glenn, as mensagens indicam que houve parcialidade nas decisões proferidas por Moro – e um dos mais prejudicados teria sido o ex-presidente Lula, que está preso em Curitiba.

Moro e os procuradores têm afirmado que não tiveram acesso ao material em poder do site, negando qualquer irregularidade nas conversas e também lançando dúvidas sobre o conteúdo das mensagens, que, na visão deles, poderia ter sido manipulado . O ministro comentou ainda que foi vítima de um ataque hacker – assim, para ele, o conteúdo explorado pelo portal tem origem ilícita.

A audiência com Sergio Moro na Câmara ocorre em um momento mais favorável ao ex-ministro do que aquele de quando ele foi ao Senado. No último domingo (30),  milhares de manifestantes foram às ruas em ao menos 60 cidades para manifestar apoio ao ministro e à Operação Lava Jato.


    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!