João Doria chega ao Palácio dos Bandeirantes com desafio de provar sua gestão a médio e longo prazo
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João Doria chega ao Palácio dos Bandeirantes com desafio de provar sua gestão a médio e longo prazo

O empresário João Doria (PSDB), de 61 anos de idade, tomou posse nesta terça-feira (1ª) como governador do Estado de São Paulo. O tucano chega ao Palácio dos Bandeirantes exatamente dois anos após ter assumido seu primeiro cargo eletivo, na prefeitura da capital paulista. E tudo leva a crer que Doria ainda tentará voos mais altos.

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A cerimônia de posse de João Doria  foi bem mais breve que o habitual. O rito teve início logo às 9h da manhã na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), onde o novo governador discursou rapidamente e criticou gestões anteriores do PSDB . De lá, o tucano seguiu para o Palácio dos Bandeirantes, onde o atual governador, Márcio França (PSB), fez a transmissão de cargo, e os 20 secretários da nova gestão assumiram seus postos – incluindo Gilberto Kassab, que disse que se licenciaria da CasaCivil devido a investigações .

O evento foi encerrado ainda antes das 11h da manhã, o que, oficialmente, foi justificado pela  "necessidade de cortar gastos" e o interesse em já "dar início ao dia de trabalho" , segundo afirmou o vice-governador Rodrigo Garcia (DEM). "O governador determinou que se enxugasse o tamanho dessa cerimônia para que se evitasse gastos desnecessários de recursos públicos", disse Garcia, no mês passado.

Convenientemente, por outro lado, a cerimônia mais curta em São Paulo possibilitou que Doria pudesse viajar a Brasília para acompanhar a  cerimônia de posse do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que está prevista para as 15h desta tarde.

Bolsonaro foi usado por Doria como arma para vencer a acirrada corrida eleitoral em São Paulo, onde o ex-prefeito obteve 51% dos votos válidos na disputa contra Márcio França . O chamado voto 'Bolsodoria' foi defendido pelo empresário visando atrair o eleitorado antipetista, ainda que Bolsonaro fosse adversário do correligionário e outrora padrinho político de Doria, Geraldo Alckmin.

O ex-governador e presidente nacional do PSDB decepcionou a enorme coligação que o apoiou na corrida presidencial e acabou amargado o quarto lugar nas urnas. Mais que isso. hoje Alckmin vê Doria subir à condição de maior liderança tucana, capitaneado pela vitória no maior colégio eleitoral do País.

Internamente, no ninho tucano, Doria assume o desafio de liderar um partido que tem em seus quadros nomes não tão simpáticos a ele rumo a uma nova fase, superando as chagas provocadas por escândalos envolvendo figuras como o agora deputado Aécio Neves (MG) e o ex-governador do Paraná Beto Richa.

De volta à vida pública, o novo governador busca pavimentar seu caminho rumo ao Palácio do Planalto, nas eleições de 2022 – desejo que ele jamais escondeu e que chegou a ser possibilidade ainda em 2018. Mas, desta vez, Doria se vê obrigado a colocar à prova seu projeto de governo a médio e longo prazo, diferentemente do que fez na capital paulista, onde governou por apenas 15 meses.

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Doria assume o governo com a promessa de promover uma "gestão eficiente", ampliar parcerias público-privadas para melhorar serviços nas áreas da educação e saúde, e de combater fortemente a criminalidade no Estado. O mandato de João Doria no Palácio dos Bandeirantes, caso o tucano não se afaste antes, vai até o dia 31 de dezembro de 2021.

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