Médica que foi agredida trabalha na linha de frente contra o novo coronavírus
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Médica que foi agredida trabalha na linha de frente contra o novo coronavírus

O sargento da Polícia Militar Luiz Eduardo dos Santos Salgueiro, de 43 anos, suspeito de ter agredido a médica Ticyana D'Azambuja, no Grajaú, Zona Norte do Rio , foi afastado de atividades de policiamento nas ruas pela corporação. Ele permanecerá realizando somente atividades burocráticas até o final das investigações. Salgueiro permanece lotado no Batalhão de Choque. O comando da unidade, entretanto, já pediu a transferência do agente para a Diretoria Geral de Pessoal (DGP) — conhecida como a "geladeira" da corporação.

A médica relata ter sido agredida por frequentadores de uma festa que ocorria em uma casa no bairro do Grajaú no último sábado, entre eles o sargento Salgueiro. Ticyana afirma ter decidido ir até a residência para tentar acabar com a comemoração. Ela afirma ter tocado no interfone e conversado com quem lhe atendeu, mas seu pedido não foi atendido. A médica, então, quebrou o espelho retrovisor e trincou o para-brisa do carro de policial militar, que estava estacionado em cima da calçada. Segundo ela, depois disso, alguns homens saíram da casa, entre eles o PM, e as agressões tiveram início.

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Salgueiro é o dono do carro de luxo que teve os vidros quebrados por Tyciana. Em depoimento na 20ª DP (Vila Isabel), o sargento alegou não ter visto Tyciana ser agredida. Um vídeo publicado nas redes sociais, entretanto, mostra o agente presenciando o momento em que a médica é derrubada no chão.

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Nas imagens, ele segue o grupo que carrega a médica e vê ela ser jogada no chão. O agente é o proprietário do SUV importado, uma Mini Cooper Paceman de 2014, avaliada em R$ 100 mil, atrás do qual a médica está caída nas imagens.

O PM é investigado tanto pela Polícia Civil quanto pela Corregedoria da PM, que já recebeu uma cópia do depoimento. O órgão também investiga agentes que chegaram ao local e não levaram a mulher e os agressores para a delegacia.

Relembre o caso

Segundo Tyciana, ela havia chegado em casa de um plantão de 24 horas e assumiria outro à noite. Queria descansar, mas não conseguiu por conta do barulho que vinha de uma casa na mesma rua. A médica contou que já havia feito denúncias sobre festas anteriores no mesmo local que não surtiram nenhum efeito. No sábado, decidiu ir até a residência. Tyciana diz que tocou o interfone, pedindo que a comemoração parasse mas não foi atendida. A profissional de saúde então quebrou com um martelo o para-brisas e o espelho retrovisor de um carro que estava na calçada e que pertence ao PM Luiz Eduardo dos Santos Salgueiro. Depois disso, contou a médica, alguns homens saíram da casa, entre eles o PM, dando início às agressões.

"Foi errado. Foi impensado. Foi estúpido. Mas sou humana e fiz uma besteira contra um bem material de outra pessoa. Não foi um ato contra nenhum outro ser humano, isso eu sou incapaz de fazer. 5 marmanjos (me lembro de uns 5) saíram, e obviamente, bêbados e drogados, típicos 'cidadãos de bem', não estavam para conversa. Apavorada, vi o potencial da besteira que fiz e saí correndo. Me agarraram em frente ao Hospital Italiano. Me enforcaram até desmaiar. Me jogaram no chão e me chutaram. Quando retornei à consciência, gritava por Socorro! Isso aconteceu no dia 30 de Maio por volta de 17h, em plena luz do dia", relatou a médica numa postagem na rede social.

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