Um vídeo divulgado pelas Forças de Defesa de Israel mostra Yahya Sinwar, líder do grupo extremista Hamas, momentos antes de ser morto . Nas imagens, Sinwar aparece sentado em uma poltrona dentro de um prédio destruído por bombardeios israelenses, tentando atingir um drone com um pedaço de madeira.
Sinwar foi assassinado em 16 de outubro, acompanhado de outros dois membros do Hamas, em Tal as Sultan, perto de Rafah, na Faixa de Gaza. As Forças de Defesa de Israel afirmaram que apenas identificaram Sinwar após sua morte. Ele era considerado "inimigo número 1" de Israel desde o ataque terrorista de 7 de outubro.
O líder do Hamas havia sido alvo de um procedimento de apuração que envolveu a confirmação de sua identidade através de um teste de DNA, utilizando dados de uma cirurgia que ele havia realizado em 2008.
O corpo de Yahya Sinwar foi transferido em 17 de outubro para um necrotério em Tel Aviv, onde deverá passar por "exames complementares" no Centro Nacional de Medicina Forense.
A morte de Sinwar é vista como um "passo importante" para o enfraquecimento do Hamas, mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu que isso não significa o fim da guerra na Faixa de Gaza. Netanyahu também prometeu que os sequestradores "serão poupados" se os reféns israelenses forem libertados.
Quem era Yahya Sinwar
O líder do Hamas tinha 62 anos e nasceu em Khan Younis, na Faixa de Gaza. Ele se uniu ao grupo extremista em 1987, pouco após sua fundação. Seus pais foram alocados em um campo de refugiados após a criação de Israel e moravam em Majdal Askalan, que se tornou Ashkelon em 1948.
Em 1988, Sinwar fundou o Majd, o serviço de segurança interna do Hamas, e, um ano depois, foi preso, tornando-se líder dos prisioneiros. Ele viu Israel eliminar seus mentores, como Ahmed Yassin, e seu nome constava na lista americana de "terroristas internacionais", sendo alvo de diversas tentativas de assassinato.
Condenado a 426 anos de prisão, Sinwar foi libertado em 2011 em um acordo de troca de prisioneiros. Durante seus 23 anos na prisão, aprendeu hebraico e se aprofundou em assuntos políticos. Ao deixar a prisão, rapidamente ascendeu na hierarquia do Hamas, acreditando que Israel era uma potência ocupante, não apenas um inimigo político.
Sinwar assumiu a liderança do Hamas após a morte de Ismail Haniyeh, que foi assassinado em Teerã em julho. Sua morte representa um importante abalo para o Hamas e um ponto crítico para o conflito no Oriente Médio, em meio ao aumento da tensão na região.
Tensão no Oriente Médio
Israel tem bombardeado posições do Hezbollah no Líbano desde 23 de setembro. O grupo xiita abriu uma frente de ataque em apoio ao Hamas após 7 de outubro.
Em quase um mês, ao menos 1.373 pessoas morreram no Líbano, segundo dados oficiais, com a ONU relatando cerca de 700 mil deslocados.
Em Gaza, pelo menos 42.438 pessoas, a maioria civis, morreram na ofensiva israelense após o ataque de 7 de outubro, conforme dados do Ministério da Saúde do território, considerados confiáveis pela ONU.
Veja o vídeo: